Com ‘ervas e sal grosso’ movimentos comemoram saída de primo de Lira do comando do Incra em AL

16/04/2024 09:01 - Política
Por Redação
Image

Os movimentos ligados à reforma agrária comemoram nesta terça-feira (16) a saída de Wilson Cesar de Lira Santos, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), do comando da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Alagoas. 

Exonerado na manhã de hoje, a saída ocorre uma semana após Lira ter tido embate com o Ministro das Relações Internacionais, Alexandre Padilha. Na ocasião, o líder do PP o chamou de “desafeto pessoal” e “incompetente”.

A exoneração de César Lira, bolsonarista, que era uma indicação do presidente da Câmara, já era um desejo  dos movimentos ligados à terra. Quando Paulão se reuniu com Paulo Dantas e o próprio presidente Lula, esse tinha sido um dos pedidos. 

O pedido dos movimentos é que assuma em seu lugar José Ubiratan Resende Santana, servidor de carreira, que se concretizou após nomeação publicada no Diário Oficial da União de hoje, para exercer o cargo de Substituto do Superintendente Regional de forma temporária. 

Movimentos comemoram 

Nesta terça-feira, o Movimento Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e a Comissão Pastoral da Terra em Alagoas, realizam uma caminhada iniciada às 9h no Centro de Maceió em direção ao ato a ser realizado às 10h em frente ao Incra Alagoas. No prédio, os manifestantes irão lavar a fachada com ervas e sal grosso. 

O coordenador da CPT, Carlos Lima, comemora a saída do ex-superintendente. “Bom, para nós, o governo Lula, na área da reforma agrária, começa hoje, no dia 16 de abril, quando exonera o superintendente que serviu a Michel Temer e a Jair Bolsonaro. Era inadmissível a permanência dele, durou muito essa permanência".

“Lavar o Incra é uma forma de dizer ao novo superintendente, que nós estamos entregando um Incra livre das mazelas, da truculência. Então, é nesse sentido, é uma ação simbólica, popular. Então, a gente está fazendo isso nesse sentido e que avance a reforma agrária”, acrescenta Lima. 

“Na verdade, essa notícia da exoneração do César é uma vitória árdua dos movimentos sociais de luta pela terra em Alagoas que, desde o início do governo Lula, desse mandato atual, que vem reivindicando a saída desse rapaz aí, porque, na verdade, ele nunca representou as demandas nem tão pouco a dívida que o próprio Incra tem com os agricultores e com a reforma agrária aqui no Estado”, diz o coordenador nacional do MLST, Josival Oliveira. 

Primo de Lira teria sido acusado de desvio de dinheiro 

O agora ex-superintendente do Incra em Alagoas, César Lira, responde na justiça a uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele é acusado de ter desviado diárias de viagens que não foram realizadas, pagas pelo governo a funcionários terceirizados, em 2023. 

Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou um esquema de corrupção no qual um superintendente da instituição pressionou para demitir oito funcionários da empresa Mega Service e contratar em seu lugar indicados seus. O objetivo era desviar diárias pagas pelo governo federal, conforme apurado pela PF.

Os funcionários eram pagos para viagens fictícias, enquanto na realidade estavam em outros lugares. Um e-mail no inquérito cita o caso de Cristiano Dorta, que recebia diárias para ir a Branquinha e Japaratinga, mas postava fotos em Boa Viagem e Maceió. Dorta ganhava em média R$ 2.900 extras por mês em diárias, consumindo álcool em horário de trabalho.

Your alt text
Your alt text

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..