Na sessão da Assembleia Legislativa de Alagoas nesta terça-feira, 09, o deputado estadual Cabo Bebeto (PL) trouxe à tona a saúde mental dos profissionais de Segurança Pública. Em um contexto marcado por tragédias recentes, como o caso ocorrido em Arapiraca, onde um policial militar tirou a vida de um colega de farda, atirou em sua ex-mulher e, por fim, cometeu suicídio, e relatos preocupantes, como o incidente em Batalha, onde um militar realizou disparos sem justificativa aparente, o parlamentar ressaltou a necessidade urgente de atenção a essa questão.
"É fato público que a atividade dos profissionais de Segurança Pública constitui uma das funções de maior risco de vida e de estresse em todo o mundo", afirmou Cabo Bebeto. "No caso específico dos nossos policiais, bombeiros militares e demais trabalhadores da área, o nível de estresse tem sido apontado como superior ao de outras categorias profissionais, não só pela natureza das atividades que realizam, mas também pela sobrecarga de trabalho”.
O deputado destacou uma série de fatores que contribuem para o desgaste psicológico desses profissionais, incluindo a falta de reconhecimento, uma legislação arcaica e ultrapassada, a rigidez hierárquica, as hostilidades sociais, o assédio moral e sexual, a pressão midiática e a imagem perante a sociedade, além da vivência em locais conflagrados, onde são vistos como inimigos.
Para enfrentar esse desafio, Cabo Bebeto apresentou em junho de 2023 o Projeto de Lei 385/2023, que propõe a instituição de uma política de ações de saúde mental para os integrantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Bombeiros Militares e Polícia Penal. O objetivo principal é cuidar desses agentes de segurança de maneira preventiva, planejando a execução, o controle e a avaliação de todas as atividades relacionadas à saúde mental dos agentes públicos.
"O PL está aguardando sanção e espero realmente que o Executivo o faça e traga, o quanto antes, a solução", enfatizou o deputado.
HOMICÍDIOS EM ATALAIA
Ainda em seu pronunciamento, o deputado falou que neste último mês foram registrados oito homicídios na cidade de Atalaia.
A cidade, que tinha índice zero de violência, hoje apresenta esses números que deixam a população preocupada e assustada. “É preciso que o Estado haja com energia”.