O fato de que o Filho é ministro dos Transportes de Lula e se mantém distanciado das encrencas paternas.

Mesmo na discussão da CPI da Braskem, que Calheiros criou para fosse ele o relator, o senador-ministro tratou de silenciar para evitar que os gritos paternos ecoassem no Planalto.

Calheiros é aquele personagem que “prefere ser temido a ser amado”, numa definição clássico de O príncipe.

Ele hoje acumula mágoas e raivas de nomes importantes da República, como o hábil senador Jaques Wagner (PT), mas sabe que não tem força para um confronto com ele.

Dos velhos companheiros de Calheiros no Senado, pouquíssimos restaram por lá, e os novos não parecem lhe dedicar algum interesse.

Mas que ninguém duvide: ele é uma crise potencial para o governo Lula e se resolver atacar, pode causar grandes estragos ao presidente, que vem tentando atrair o centro político contra a extrema-direita bolsonarista.

Calheiros prioriza a sua sobrevivência política acima de qualquer coisa. Fora dela - da política -, como diz um dos seus “amigos” mais próximos, não lhe sobrará nada que lhe desperte interesse.