Foram necessárias ações como vaquinha online e uma feijoada beneficente para que a arapiraquense Maria do Carmo Cruz da Hora, conhecida como Carminha, de 65 anos, garantisse os recursos para ir ao México representar Alagoas e o Brasil na competição de Atletismo Master da América Latina, ocorrida essa semana.

Ela conseguiu e, depois de três dias competindo (6, 7 e 9 de novembro), desembarca de volta no estado na segunda-feira (13), trazendo nada mais nada menos que oito medalhas de ouro na bagagem, conquistadas nas categorias 5 mil metros; 400 metros; 1.500 metros; 10 mil metros; 100 metros; 4x400 metros; 200 metros e 800 metros.

"Estou levando para a nossa Arapiraca, oito ouros. Apesar de todas as dificuldades, vocês não imaginam o sabor de estar no pódio com as americanas, que são muito preparadas, mas não me deixei intimidar e me comprometi de levar um ouro para Arapiraca”, contou a maratonista, emocionada, em entrevista a uma rádio da cidade do Agreste.

Agradecendo aos arapiraquenses, especialmente a todos que se mobilizaram para ajudá-la a alcançar os recursos financeiros para custear a viagem, Carminha frisou: “Esse ouro é de todo brasileiro, de todo alagoano, de todo arapiraquense. Eu sei quantas pessoas se dedicaram para que isso acontecesse e eu disse a vocês que, se me dessem oportunidade, eu iria buscar um ouro... Arapiraca é valente!”.

Carminha contou ainda que, conforme pesquisas, ela é a primeira mulher em Alagoas campeã mundial de Atletismo Master, com oito medalhas de ouro: “Bati todos os recordes. Estou muito alegre e ainda sem acreditar”.

Os oito ouros se juntarão aos 72 troféus e 203 medalhas conquistados pela maratonista em cidades como Petrolina, Linhares, São Paulo, Aracaju, Natal, Recife, Caruaru, Belo Horizonte, Gramado e Rio de Janeiro.  

No II Meeting de Atletismo Master, disputado na cidade de Ipatinga, interior de Minas Gerais, Carminha também conquistou cinco medalhas: dois ouros e três pratas nas provas de 400m, 800m, 1.500m, 5.000m e 8.000m em pista.

Amanhã, a recordista pousa no Aeroporto Zumbi dos Palmares trazendo, além do ouro na bagagem, a esperança renovada de que as conquistas alcançadas no México estimulem apoiadores e incentivadores para, quem sabe, ela possa realizar o sonho de se dedicar exclusivamente ao esporte. 

Aos 65, a arapiraquense está só começando.