Não por acaso, o senador Renan Calheiros dizia, mesmo antes de JHC se tornar prefeito de Maceió, que o filho do “grito do campo” era o nome a ser combatido, o mais temível adversário dele e do seu grupo.

Não seria Arthur Lira?

Aqui é que está o busílis: o presidente da Câmara Federal tem um limite político-eleitoral que JHC não parece ter, pelo menos por enquanto. Ele tem estofo para uma disputa majoritária, o que não é o caso de Lira.

Creio que Calheiros odeia mais o prefeito de Maceió do que qualquer outro que ele considere um risco ao seu monopólio de poder local – hoje já dividido com Marcelo Victor.

Mas eis que JHC continua surpreendendo e dando susto no grupo do senador. Ele está sempre um passo à frente de seus adversários.   

Primeiramente, ele fechou um acordo bilionário com a Braskem num momento em que os palacianos não esperavam. 

Na sequência, anuncia a compra do Hospital do Coração, em Maceió, que será o Hospital – geral – da Cidade.

Claro que as reações serão iracundas, cada vez mais fortes, mas o primeiro a gritar foi o ministro Renan Filho, numa manifestação de pura dor de cotovelo. Calheiros pai segurou o freio da língua e bateu leve, sabendo que o seu comportamento recente não tem chegado bem aos cidadão comuns.

Se JHC escolheu o melhor caminho para gastar o dinheiro que vem recebendo da Braskem?

Talvez pudesse eleger outra prioridade – e é a minha opinião -, mas o escolhido foi exatamente na área que Calheiros e aliados apontaram como ponto franco da gestão municipal: Maceió é uma capital sem hospital público da prefeitura.

Parece que vai deixar de sê-lo.