Os três votaram juntos a proposta do “novo” marco temporal, tão caro aos velhos e novos ruralistas brasileiros.

E os indígenas?

Que indígenas?

Mas há de se entender que é uma questão de voto de classe (econômica e social): Renan Calheiros e Fernando Farias são grandes proprietários de terra em Alagoas.

Um por herança, o outro por bonança – a tranquilidade que veio depois de passar a tempestade de 1990 (da campanha eleitoral), que deixou muitas dívidas.

E Rodrigo Cunha?

É de domínio público que ele treme nas bases ao imaginar – só imaginar – que pode contrariar a turma da direita que manda ver nas redes sociais. Isso pode explicar seu voto.

Que ninguém acredite que os proprietários de terras no Brasil venham a ser prejudicados com a decisão do STF, a que cancelou o Marco Temporal - que os parlamentares querem reviver: a chance é zero de eles saírem com algum prejuízo.

Quanto aos povos indígenas, estes sim, vão ver o que essa turma pode aprontar.

Não por acaso, o MST é uma necessidade social e política do Brasil, o único movimento vivo no país, tão odiado por essa turma.

Já o Marco Temporal é uma das propostas mais caras à direita no Brasil. 

Para que se tenha uma ideia, o relator da matéria foi ninguém menos do que o senador Marcos Rogério, uma das vozes mais ativas da direita nacional.

E os três, em tese, são da bancada que apoia Lula.

Mas justiça mesmo, só na casa dos outros.

(Já pensou se o governo resolver investigar a grilagem de terras no Brasil?)