Há 35 anos com uma única chapa disputando as eleições, neste ano o Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) escolhe a nova presidência para o quinquênio 2023-2028. A votação será realizada nos dias 14 e 15 de agosto, das 8h às 20h. 

Com o clima de polarização, já presente em todo o país há alguns anos, que chegou recentemente ao Conselho, candidatos representantes das duas chapas foram ouvidos, a fim de expor suas opiniões a respeito da disputa.

Para a Chapa 1, que reuniu seus integrantes para responder à pergunta, a disputa faz parte da democracia, mas é essencial que haja respeito mútuo entre os candidatos. Veja a resposta na íntegra:

Faz parte da democracia o confronto de ideias. Isso favorece o debate, trazendo pontos de vistas diferentes, muitas vezes divergentes, fazendo com que o médico reflita sobre seu papel na sociedade e na própria profissão. Claro que esse debate deve ser regido por respeito mútuo, com civilidade e pautado nas propostas de cada chapa, sem necessidade de ataques pessoais ou que a imagem de colegas sejam denegridas, muitas vezes por ataques desnecessários em uma sociedade civilizada.

Já o médico Marcos Gonçalves, da Chapa 2, avalia que a polarização é positiva pela movimentação do órgão e não possui caráter político, já que tais discussões não são pertinentes ao Conselho. Veja a resposta na íntegra:

A gente pode ver essa polarização de duas maneiras. A primeira maneira é que o CRM está há 35 anos sem ter polarização, então a chapa que está na situação, que está há 35 anos como chapa de situação, acho que ela, por conta desse período longo de não ter nenhuma oposição, sem ter nenhuma chapa concorrente, acabou se acostumando com a situação, então ficou inerte, não provocou mais nenhum tipo de modificação no Conselho Regional. Então a gente não vê nenhuma modificação e a gente vê um conselho que é meio não participativo e não presente na vida do médico.

Essa não-polarização que aconteceu nos últimos anos foi maléfica até demais para o Conselho que a gente tem aqui no estado de Alagoas. Ter aparecido a oposição foi uma coisa que, só de ter aparecido, a gente já se considera vencedor. Porque a gente viu que o Conselho, que estava sem se movimentar, começou a se movimentar desde que as eleições começaram. Eles começaram a querer mostrar serviço, começaram a querer mostrar que estão presentes e isso já foi uma grande vitória. 

Você pode pensar em polarização política. Mas nós da Chapa 2 não acreditamos em ideologias dentro do CRM. Acho que o CRM não é local pra se discutir esquerda e direita. Nós temos que discutir políticas públicas de saúde e políticas para melhoria de condições médicas, educação continuada. Esse tipo de discussão e proposta que a gente tem que trazer. Polarização política não é para ser discutida no CRM. Essa polarização desse tipo ideológica política só prejudica a eleição. Só prejudica porque não é local para ficar discutindo isso. Então não tem porquê ficar discutindo coisa de esquerda e direita numa eleição que é do CRM.

 

Entrevistas com as chapas

O Cada Minuto também está realizando uma série de entrevistas com as duas chapas. No último sábado (29) foi a vez da Chapa 1, que compartilhou suas propostas e ideias para o Cremal, caso eleita. Já neste sábado (05), será a vez da Chapa 2 defender seus planos.