Antes de ser presidente da Câmara Federal e bem antes de ser aliado eventual do governo Lula, o deputado Arthur Lira é um dos principais líderes do Centrão no Congresso Nacional.

É nesse amplo e difuso agrupamento de parlamentares, a maior parte do chamado “baixo clero”, que se origina e se mantém o poder de Lira, que só tem aumentado nos últimos anos.

A entrevista concedida pelo deputado ao jornal O Globo, no último domingo, é puro sulco de Arthur Lira. 

Ele garante que não vai “sacanear” o governo Lula, mas aponta o caminho para garantir uma base mínima de aprovação das matérias de interesse do governo e até mesmo para ter algum controle das CPIs que vão ter início nas duas Casas.

Num corte seco: o que resolve é dinheiro, não ministério.

A explicação vem do próprio deputado do PP: 

“...houve uma acomodação e a formatação de um governo de coalizão, com troca de ministérios por apoios, que está comprovado que não vai dar certo. As emendas resolvem isto sem ser necessário um ministério. Da forma como está, o parlamentar fica com o pires na mão e um ministro, que não recebe votos e não faz concurso, é quem define a destinação de R$ 200 bilhões para municípios do Brasil…Sabemos o que os partidos querem: favorecimento de obras e serviços públicos para aumentar o seu escopo político e atender as suas bases.