Mauro Braga é dramaturgo, diretor de teatro, fundador do Grupo Cena Livre e em 2023 está completando 50 anos de carreira. A trajetória que teve início em 1979 perdura com muito sucesso até os dias atuais, e por este motivo, Braga decidiu comemorar da maneira que mais gosta: com muito trabalho.
A Companhia Cena Livre é pioneira na formação de atores descobertos através das oficinas realizadas por Mauro, que junto com a atriz e dramaturga Ana Sofia se doam para a cultura do nosso estado.
Para comemorar esse marco na história do teatro alagoano, o mestre preparou 06 espetáculos incríveis, a serem apresentados de março a novembro de 2023. Terão apresentações para todos os gostos, onde toda a família poderá aproveitar e se divertir.
Segundo Mauro Braga, “A sensação que tenho é que o tempo voa. Quando a gente trabalha e produz sem parar não sente o tempo passar. Eis que de repente lá se foram cinco décadas. Fui rascunhar minha cronologia artística e dei de cara com nada menos que 59 espetáculos.
Nem na pandemia paramos, me reinventei para fazer teatro online pela Secult-AL (projeto DendiCasa). Estes 50 anos representam uma história de vida com muita dedicação ao teatro.”, pontuou.
O projeto de ‘50 Anos de Mauro Braga’ também contempla o registro documental, através de filmagens, fotos e releases jornalísticos, no sentido de enriquecer a própria história do teatro produzido em Alagoas. Além do público espontâneo, cerca de vinte apresentações estão agendadas para o projeto-escola. O Cena Livre, pioneiramente, criou este projeto em 1989.
PING PONG COM MAURO BRAGA
1. Como você se sente celebrando 50 anos de carreira?
A sensação que tenho é que o tempo voa. Quando a gente trabalha e produz sem parar não sente o tempo passar. Eis que de repente lá se foram cinco décadas. Fui rascunhar minha cronologia artística e dei de cara com nada menos que 59 espetáculos.
Nem na pandemia paramos, me reinventei para fazer teatro online pela Secult-AL (Projeto DendiCasa). Estes 50 anos representam uma história de vida com muita dedicação ao teatro.
2. Qual a sua contribuição para a história do teatro alagoano?
Quando se está trabalhando, ensaiando, pensando e realizando, a gente não tem essa noção de 'contribuir para a história do teatro', simplesmente a coisa acontece, flui. No começo é um pouco empírico, mas depois toma forma e direcionamento. Por exemplo, quando eu e minha esposa Ana Sofia, criamos o Projeto: A Escola Vai ao Teatro (1989), percebemos que era um algo que veio para ficar, oferecendo dezenas de espetáculos, formando plateia e, também, fazendo parcerias com várias companhias teatrais da cidade, que participaram do projeto, cada uma com seus respectivos espetáculos e muitas apresentações. Nossas oficinas, tanto pelo Grupo Cena Livre, como pelo Cenarte, durante dez anos proporcionaram o aparecimento de novos valores para a cena alagoana. Sem falar das nossas dramaturgias pontuais que foram feitas para serem montadas. Ana Sofia com uma trilogia ecológica (O Mistério da Fonte Milagrosa, O Último Mutum-de-Alagoas e O Meu Saci Pererê), todas dirigidas por mim, assim como um texto meu "Ararinha, o Anjo Azul" e o nosso saudoso Sávio de Almeida com mais três joias preciosas, incluindo Igreja Verde, prêmio Fiat do Brasil. É de suma importância frisar que com a peça Igreja Verde, demos uma demonstração que o turismo cultural seria possível. Fizemos pioneiramente oito apresentações, com o Teatro Deodoro lotado.
3. O que você espera de melhorias para a área artística?
Sinto que já avançamos muito e está melhorando a cada dia. As Leis Aldir Blanc, Paulo Gustavo, além do esforço da própria Secult/AL, têm demonstrado empenho para gerenciar uma avalanche de projetos culturais. Maceió já precisa de um Teatro Municipal para atender estas demandas que vão crescer e precisam se organizar. No meu ponto de vista deveria voltar às Mostras de Teatro Alagoano, que tinha calendário fixo todo mês de julho/agosto, com o Prêmio Mandacaru de Prata. Estas Mostras podem estreitar parcerias com companhias e prefeituras dos interiores, criando novos espaços culturais para o Estado de Alagoas. A roda da cultura tem que girar, pois cultura, teatro, artes em geral, só tem a ajudar na formação de estudantes e melhores cidadãos.
4. Como foram feitas as escolhas dos espetáculos que serão apresentados durante todo esse ano de comemoração?
A escolha se deu primeiramente pelas peças montadas em 2022, ainda no período da pandemia do COVID-19. Então, esse ano dando início às comemorações dos 50 anos, apresentamos em março Teçá, O Desbravador do Futuro; Agora final de abril voltaremos com Piquenique no Front e logo após a peça de Ionesco, A Lição. Seguindo a lógica, mais um absurdo que é Guernica, prêmio Secult de montagem. Com estas três últimas fechamos uma trilogia do Teatro do Absurdo.
A seguir teremos uma nova montagem de O Diário de Anne Frank, peça que montamos há oito anos e é um sucesso total de público. Teremos gente nova no elenco e cenas inéditas. Abrimos o ano de 2023 com uma infantil e vamos fechar também com um espetáculo para o mesmo público, trazendo a peça, Leonardo, o Pequeno Gênio da Vinci, que traz o texto de Ivan Fernandes, dramaturgo do Rio de Janeiro.
5. Como você define Mauro Braga?
Pensei... pensei... e não consegui escrever. Estamos num mundo diferente, de lives, de nomes estrangeiros invadindo nosso quintal, de selfies e mais selfies. E fico me perguntando: onde vão parar tantas fotos? Nunca fui bom no marketing, mas sempre gostei das entrevistas. A gente vai conversando e as ideias vão se encaixando, sendo construídas. Sou da conversa, converso muito com elenco antes de começar os ensaios. Sempre combati vaidades e estrelismos. O ator, atriz, deve ser um operário do teatro.
SOBRE A PEÇA: PIQUENIQUE NO FRONT – GRUPO CENA LIVRE
Dando continuidade às comemorações de 50 Anos de Teatro do ator e diretor Mauro Braga, o Grupo Cena Livre volta ao Teatro de Arena Sérgio Cardoso, para uma apresentação especial da peça “Piquenique no Front”, texto de Fernando Arrabal, selecionado pela Lei Aldir Blanc, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas.
Quem ainda não assistiu terá a chance de conhecer um pouco do que é o chamado ‘teatro do absurdo’. A apresentação será no dia 28 de abril, às 20h.
A peça inicia com o soldado Zapo no campo de batalha, recebendo ordens de seu Capitão. De repente surge uma visita inesperada: seus pais vêm de longe para fazer um piquenique com o filho. No meio da comilança surge um inimigo, Zepo, que é capturado e convidado a saborear o faustoso lanche. Difícil será comer amarrado!
Dois enfermeiros aparecem avidamente à procura de mortos e feridos, sem sucesso. Bombas são jogadas por aviões, mas nada impede que o piquenique prossiga recheado de bolos, salgados, danças e vinhos. O espetáculo tem um final surpreendente.
A guerra, assim como a falta de compreensão e a comunicação conturbada, estão presentes nesta peça de Fernando Arrabal, autor espanhol radicado na França e um dos pilares do Teatro do Absurdo, ao lado de ícones como o irlandês Samuel Beckett e o romeno Ionesco, que também fizeram sua carreira na França.
A produção do Grupo Cena Livre, junto com Ana Sophia Produções, vão apresentar uma trilogia do Absurdo. Logo após o Piquenique no Front, entrará em cena ‘A Lição’, de Ionesco, no final de maio ocupando novamente o Museu da Imagem e do Som de Alagoas - MISA e no dia 30 de junho acontecerá a estreia de “Guernica”, também de Arrabal.
SERVIÇO
LOCAL : Teatro de Arena Sérgio Cardoso
DATA: 28 de abril de 2023
HORA : 20h
INGRESSOS : 40,00 (inteira) e 20,00 (meia entrada)
INFORMAÇÕES : (82) 9912.6290 e 99835.8787
CLASSIFICAÇÃO: 10 anos
COMPRAS PELO SYMPLA E PIX
FICHA TÉCNICA:
Espetáculo: “Piquenique no Front”
Autor: Fernando Arrabal
Produção: Ana Sophia Produções
Produção Executiva: Grupo Cena Livre
Direção: Mauro Braga
Cenários: Milene Ramos
Figurinos: Ana Sofia de Oliveira
Trilha Sonora: Roberto Monttenegro
Operação de Som: Léo Marvin
Iluminação: Flávio dos Anjos
Cartaz: Caio Oliveira Braga
Costureira: Cícera dos Santos
Contrarregra: Eriel Santos
Fotos : Hugo Gabriel
ELENCO
Soldado Zapo………………..Roberto Monttenegro
Soldado Zepo………………..Matheus Fonttes
Sr. Tépan…………………….Mauro Braga
Sra. Tépan………………….. Lidiane Memória
Enfermeiro 1…………………Henrique Omena
Enfermeiro 2…………………Francisco Neves