Entre os tantos releases que recebo diariamente – e quase nunca os publico -, um chamou a minha atenção, esta semana.
O texto anuncia o lançamento de um programa que pretende reduzir a zero o analfabetismo em Pilar, município interiorano com população estimada de mais de 35 mil habitantes.
A taxa de analfabetismo do Pilar, diz a matéria, é menor do que a do estado de Alagoas – 17,1% - e do Nordeste – 13,8%. O objetivo é pra lá de ambicioso.
Nunca escondi o apreço por políticas públicas na área de Educação, principalmente se acompanhadas de medidas que tenham como efeito melhorias sociais imediatas.
Afinal, estamos no estado, Alagoas, com o maior índice de pessoas que passam fome no país – 36,7% da população.
Eis que a prefeitura do Pilar lançou esta semana o programa Vale Letra: ler e escrever valem muito.
O objetivo é ensinar a ler e escrever a 2,4 mil pessoas maiores de 15 anos identificadas em busca ativa no município como “não alfabetizadas”. Dignidade e inclusão na mesma iniciativa.
Elas poderão se inscrever no programa e receberão uma bolsa de R$ 120,00/mês – além de, o mais importante, frequentarem as aulas especiais que lhe serão ofertadas.
O prefeito Renato Filho, que cumpre o seu segundo mandato e não pode portanto ser candidato à reeleição, garante que a prefeitura “montará salas de aula onde for necessário”.
Em um momento em que a grita geral, em todo o país, é colocar policiais nas escolas pela triste constatação de que a violência pode chegar ao território do melhor território para o aprendizado da convivência e da tolerância, eis uma iniciativa que pode contribuir decisivamente para a humanização e politização de um povo – e todos nós precisamos disso.
Não é uma descoberta revolucionária para a transformação das pessoas, mas a simples constatação de que o caminho do conhecimento é insubstituível - se acreditamos que a nossa espécie pode, sim, dar certo.