A médica Virgínia, citada pelo deputado Antonio Albuquerque como vítima de agressão por parte do prefeito de Limoeiro de Anadia, Marlan Ferreira, gravou um vídeo confirmando a denúncia levada ao Plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas na sessão do dia 21 deste mês. Segundo a médica, a agressão que resultou na contusão de um punho e um dedo, na saída dela da cidade e no medo que a persegue até hoje, aconteceu em 2009, em pleno expediente e local de trabalho.
O episódio envolvendo Virgínia foi um dos três citados por Albuquerque na tribuna da ALE, para se defender das acusações feitas contra ele por Marlan, de que estaria planejando assassiná-lo. Albuquerque afirmou que, conforme já havia denunciado ao Ministério Público, a Secretaria de Segurança Pública e ao próprio Poder Judiciário, em fevereiro deste ano, o prefeito é que planejava executar o segurança do parlamentar.
Os três episódios foram narrados, segundo o deputado, para demonstrar o caráter violento de Marlan e o fato de que o prefeito tentava confundir e desviar a atenção dos crimes nos quais o gestor municipal figura como suspeito.
Agradecendo ao deputado por levar o caso a público, a médica que é formada há 35 anos contou que, à época da agressão, já trabalhava há seis anos, concursada, como médica da família, atuando na emergência do hospital, mas também em ambulatório e maternidade: “Sempre trabalhei sem distinção, não trabalho com política, trabalho com medicina, com a saúde do povo”.
“Não conhecia esse prefeito, mas ele chegou na hora que eu estava atendendo duas urgências. Ele me abordou dentro do consultório, já chegou com palavras de baixo calão. Eu me levantei, ele me empurrou na parede e eu tive contusão de punho esquerdo e dedo”, relatou Virgínia, acrescentando: “Foi aterrorizador, nunca tinha sofrido isso. Pedi ajuda a amigos para sair da cidade e toda família ficou em pânico. Ele é um homem acho que, mentalmente, tem algum fator psiquiátrico, porque ninguém agride outro sem ser agredido e eu nem o conhecia”.
Virgínia prosseguiu dizendo que entrou na Justiça, mas o caso se arrastou pelo fato de o prefeito ter foro privilegiado. “Passaram sete anos, ele recorreu ao STF, mas eu ganhei. Ele está como agressor leve, mas para mim não foi leve. Ele quis me denegrir, me perseguiu, tive que pedir licença sem vencimento. E andei com medo, não fui mais à cidade e hoje ainda tenho medo de ir à cidade, porque ele é ameaçador, ele é violento”, reforçou, agradecendo a Albuquerque por revelar o fato e mostrando um jornal impresso da época, que noticiou a agressão.
“Espero que as mulheres, as deputadas mulheres lutem e vão em frente contra a violência, as várias violências que nós, mulheres, sofremos e não temos apoio devido da Justiça. Acho que não deveria existir foro privilegiado para esse tipo de agressão”, concluiu.
Em sua fala na tribuna, Antonio Albuquerque citou ainda que os outros dois episódios de violência envolvendo o prefeito decorreram dessa agressão contra a médica. O segundo, foi o assassinato de um mototaxista Givaldo, depois de testemunhar a favor de Virgínia e defendê-la das acusações do prefeito, nas rádios da cidade. E o terceiro, o assassinato de “Ed”, um dos executores de Givaldo.