Como a Educação pode mudar a realidade do Brasil

21/03/2023 10:05 - Avança+
Por redação
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Uma notícia publicada na imprensa alagoana, no começo do ano passado, chamou a minha atenção e me encheu de orgulho. Matheus Pimentel e João Neto, alunos do Ensino Médio numa escola estadual em Ibateguara, contavam na reportagem suas histórias de superação e empreendedorismo. Com o valor das bolsas concedidas pelo Governo através do Cartão Escola 10, eles tinham montado seus próprios negócios. 

O primeiro abriu uma loja on-line de roupas para o público jovem e o segundo ampliou a oferta de produtos em seu comércio de artigos eletrônicos. Garotos de 17 anos que transformaram sonhos em oportunidades, a partir de um programa de transferência de renda que tive a honra de implantar. Aproveitando os recursos disponibilizados e a vontade de ter um futuro mais promissor, apostaram nas redes sociais e na juventude para transformar suas vidas. 

Eu lembrei do Matheus e do João ao ler, na última semana, um editorial do jornal O Globo sobre a relação entre melhoria do ensino e crescimento econômico. Com  o título "Educação é o melhor de todos os programas sociais", o texto trazia a conclusão de uma análise de várias pesquisas sobre o tema, encomendada pela Fundação Lemann e conduzida pela Fundação Getúlio Vargas.

Para ilustrar como seria a realidade do Brasil caso tivesse dado a devida importância à Educação ao longo dos anos, o texto fez uma comparação com a Coreia do Sul.  Nos anos 1960, as duas nações  tinham uma expectativa de vida muito próxima e, hoje, o Tigre Asiático é um dos países que mais investe na formação de sua população, com desempenhos expressivos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA).

Diferente da experiência coreana, baseada no uso da tecnologia e da inovação no ensino, o Brasil ocupa as últimas posições entre os 79 países que participam do PISA, segundo dados disponíveis, referentes a 2018. O fraco desempenho neste ranking confirma um sinal de alerta emitido pelos especialistas nos últimos anos. Apesar dos esforços dos profissionais da área e de alguns gestores públicos, os índices ainda deixam muito a desejar para um desempenho eficiente, principalmente no setor público. 

Tivemos avanços importantes que precisam ser comemorados e valorizados. A destinação de 7% do PIB para as despesas em Educação se comparam ao percentual investido pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), embora isso ainda não possa ser traduzido em qualidade e eficiência. Apesar de termos avançado nos índices de alfabetização da nossa população nas últimas décadas, a evasão escolar ainda é motivo de preocupação. E a pandemia contribuiu para aumentar ainda mais o número de crianças e jovens fora da escola. 

Agora como membro titular eleito da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, renovo meus compromissos em defesa do ensino de qualidade em nosso país. A experiência na Seduc me fez enxergar a escola e o investimento no ensino como armas poderosas contra as desigualdades. Como na provocativa opinião do jornal O Globo, acredito que a educação pode mudar a realidade do Brasil.

As histórias do Matheus e do João, lembradas no começo deste artigo, servem para ilustrar a minha convicção. A mesma que tornou realidade os programas Cartão Escola 10, Meu Transporte Novo, Professor Mentor, Mais Merenda, dentre tantos outros. Tudo isso me aproximou dos jovens, das suas trajetórias e dos seus testemunhos de superação. É essa vivência que me faz acreditar, cada dia mais, na Educação como o melhor programa social do Brasil e do mundo.

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