TOP 10 DAS TRILHAS SONORAS DO CINEMA

11/03/2023 19:39 - Blog Roqueiro Mofado
Por Fernando Godoy
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Sempre presto atenção nas trilhas sonoras dos filmes que assisto e quando alguma música desperta minha curiosidade, espero até o final dos caracteres, para conferir quem tocou, sobretudo as que impressionam durante as cenas marcantes. Qual amante do cinema e da música é capaz de esquecer a clássica cena de Cães de Aluguel, quando o personagem de Michael Madsen – “Mr. Blonde” (aliás quase que forjado para fazer películas do mestre Tarantino), retalha com uma navalha a orelha de um cara ao som de Stuck In Middle With You, de Stealers Wheel, com direito a dança que o tornou o cara mais “cool” do cinema.

Pois bem, venho aqui, modestamente, listar algumas trilhas que me marcaram, quase sempre me rendendo aos filmes que tratam de temas ligados ao rock’n’roll...ou não! Portanto, se ficou alguma de fora, peço desculpas, talvez sequer tenha escutado. Tentei colocar as que conciliaram trilha e filme, bons. Segue a lista.

1 – Pulp Fiction (1994)– Esse filme, ganhador da palma de ouro de Cannes é, sem sombra de dúvida, o melhor já feito por Tarantino, inclusive com o devido cuidado na escolha das músicas que compõem a trilha. Tudo é perfeitamente encaixado, mas tiro duas extremamente definitivas para mim: Girl, You’ll Be a Woman Soon, de Urge Overkill, cuja cena entre Uma Thurman e John Travolta chegando na casa de Marcelus é genial; a outra também envolvendo o casal acima citado, só que na lanchonete temática dos anos 50, onde participam de um concurso de dança de twist, apresentados por um sósia de Ed Sullivan, dão um show e levam o troféu (Travolta tinha que dá um jeito de dançar, né?!) – You Never Can Tell. Na realidade eu gosto de toda trilha, mas essas duas músicas dão um pouco da tônica do filme e suas referências e homenagens aos cineastas anteriores. Mas há de se registrar All Green e Kool e The Gang, dentre outros.

2 – Forrest Gump (1994) – Dirigido pelo talentoso Robert Zemecks (De volta para o futuro), o filme é uma verdadeira ode à cultura americana, vencedor de 06 Oscars, dentre eles filme, diretor, ator e roteiro adaptado. E se ainda não bastasse nos brinda com uma trilha majestosa. A película passa por Elvis Presley, Guerra do Vietnã, Beatles, contracultura, movimento hippie. O filme é um marco do cinema e traz Tom Hanks no papel central dando uma aula de interpretação, culminando com o cobiçado prêmio do cinema americano – Oscar, diria que merecidíssimo. A trilha, que no CD era dupla, é sensacional, destaques para Respect de Arettha Franklin, Hound Dog de Elvis Presley, Sweet Home Alabama do Lynyrd Skynyrdy; mas temos ainda The Byrds, Jefferson Airplane, The Supremes e tantos outros. Um marco no cinema embalados por uma trilha muito caprichada e eclética.

3 – The Commitments (1991) – Filmaço quase que despretensioso acerca da soul music, captados com maestria através da condução do lendário Alan Parker (The Wall e Expresso da meia noite). Tudo gira em torno dos amantes do gênero na roqueira Dublin. Elenco afinado, onde a saudação e devoção da música soul exalam firmeza e veracidade. O cara do sax que só entrou na banda porque havia tido uma participação num disco do Wilson Picket dão o padrão da película. O ator que fez o vocalista idiota, mas com vozeirão de fazer inveja a qualquer negro de igreja norte americana são o ponto alto. Mustang Sally e Chain of fools e aqueles maravilhosos backing vocals femininos são demais mesmo. Um dos melhores filmes sobre soul music. Vale a pena assistir. A banda de fato existiu e chegou a sair em tour após o sucesso do filme.

4 – Quase Famosos (2000) – Filme quase que autobiográfico, saído da experiência vivenciada por Cameron Crowe (escrito e dirigido por ele) que, de fato, no período (anos 70) trabalhou como repórter da revista Rolling Stones. Na época um adolescente ainda, e sua admiração por uma Groupie famosa da época (Penny Lane vivida por Kate Hudson) e uma banda em tour (seria na verdade o Led Zeppelin). A partir dessa deliciosa história o filme flui. Como esquecer a cena em que supostamente o avião cairia e cada um dos integrantes revela um segredo inconfessável. Um dos membros da fictícia banda (Steelwater) diz ser gay e outro que teria um caso com a mulher de um colega de banda. Depois, quando se percebeu que tudo não passava de um falso alarme, o constrangimento geral é hilário. Mas vamos ao que interessa, a trilha. Temos Led Zeppelin, com That’s the Way; Black Sabbath, com Paranoid; David Bowie, com I’m Waiting for the Man, e tantas outras. Vale demais a pedida, pena que o diretor Crowe tenha errado clamorosamente anos depois no filme Tudo acontece em Elisabethtown, apesar da trilha razoável.

5 – Trainspotting (1996) – Do aclamado Diretor, Danny Boyle (Quem quer ser um milionário e A Praia), assisti logo que o filme foi lançado e fiquei fascinado com mais uma boa atuação do protagonista Ewan Macgregor, cuja participação em Cova Rasa, tinha me impressionado bastante. Sempre achei ele com um quê de Malcon Macdowel, sobretudo em dois filmaços deste último: If e Laranja Mecânica. Mas vamos inicialmente ao filme, quase que uma viagem alucinada de drogas e doideras, mas não fica só nestes clichês, há muito encanto, drama e comédia no longa. No que se refere a trilha, é uma homenagem ao rock alternativo dos anos 70 e da música eletrônica da época e dos anos 80. O que mais me chamou atenção foram as três músicas de Iggy Pop, com Lust for life, Passenger e Nightclubbing; Underworld com Born Slippy e Dark Long. Mas há Blur, David Bowie, New Order, Brian Eno e Joy Division. Trilha muito boa que embalou o toca cd do carro durante muito tempo dos anos 90.

6 – LARANJA MECÂNICA (1971) – Não poderia fazer uma introdução destas e deixar de fora essa trilha que julgo demais, graças, sobretudo, ao tema de Alex, personagem do icônico Malcon Macdowel (ao menos pra mim) de Wendy Carlos, mas marcou bastante a nona sinfonia de Beetowen, a ponto de me tornar um fã do gênio da música clássica. E como deixar de fora a parte em que Alex faz um ménage a trois ao som de William Tell Overture – Rossini, com a velocidade avançada? Tenho essa trilha como uma das mais marcantes que escutei, muito em função das cenas impressionantes do filme.

7 – UMA LIÇÃO DE AMOR (2001) – Aqui é o caso de filme bom com trilha melhor ainda. Uma linda história envolvendo um pai com mentalidade de uma criança de 07 anos, feito com maestria pelo premiado ator Sean Penn, que tem uma filha que vai completar os exatos sete anos, aqui também com uma atuação digna de nota de Dakota Fanning. A trilha é um tributo aos Beatles. Todas as músicas são versões do quarteto e Liverpool. Destaco algumas, mas todas são maravilhosas. Lucy in the Sky With Diamonds, Black Crowes; Blackbird, Sarah Maclahan; You’ve Got you Hide Your Love Way, Eddie Vedder, mas há Ben Harper, Sheryl Crow, The Vines e outros. Na época que ouvi a trilha renovei meus votos de devoção aos Beatles. Excelente trilha.

8 – OS IRMÃOS CARA DE PAU (1980) – Fiz um texto acerca desse filme, cuja trilha é fenomenal. Apesar de se tratar de um musical e particularmente não ser fã do gênero, aqui a coisa é tão encaixada, graças ao elenco, encabeçados por James Belushi e Dan Akroyd e as especialíssimas participações de Ray Charles, James Brown, Aretha Franklin, Cab Calloway e Jay Lee Hooker. A cena do bar country em que eles tentam tocar um blues e são quase destruídos pelo arremesso de garrafas de cervejas, apesar da tela de proteção, é hilária e somente aplacam o fervor da turma quando tocam a única música que sabiam do estilo, o tema do seriado Rawhide. Imperdível, filme e trilha.

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9 – DRIVE (2011) – Um dos melhores filmes da década de 2010, pelo menos para mim, está aqui, sobretudo pela atuação minimalista de Ryan Gosling, e ainda pela atmosfera setentista que paira no ar durante toda trama. O astro é dublê e mecânico durante o dia e dirige para criminosos à noite e ainda sobra tempo para defender uma vizinha e o filho pequeno, encrencada com um namorado criminoso. De cara a trilha já mantém o expectador ligado a partir da cena de abertura, onde Gosling dirige durante à noite ao som de Nightcall, de Kavinsky, cujo o som metalizado dos vocais é inebriante, somente intervalado pelos lindo vocal feminino da canção. Poucas vezes vi uma música tão condizente com a cena quanto essa. Mas há ainda Desire, com Under you Spell, bem como College, e A Real Hero. Recomendo a quem não assistiu ao filme, correr imediatamente e desfrutar deste acerto em cheio.

10 – UM DRINK NO INFERNO (1996) – Aqui é o caso de trilha melhor que o filme, mas de tão marcante que foi pra mim, inseri nessa lista. O enredo inicia parecendo um suspense ou coisa do gênero, após adentrarem no bar, o negócio dá uma guinada para o terror trash que, apesar de criativo não me conquistou como roteiro, mas a trilha é muito boa, com ZZ Top, Tito & Tarantulas, Steve Ray Vaughan e outros. Apesar da participação como ator e roteirista do gênio Tarantino e direção de Robert Rodrigues (do genial Sin City), conforme mencionei acima achei meio fraco, mas se você sublimar algumas tosquices e entrar de cabeça na viagem, é entretenimento de primeira, sobretudo a hilária cena de Cheech Marin, da dupla Cheech e Chong, onde na porta do bar ele anuncia: ”...Yelow Pussy, Red Pussy...”

Pois é, comenta aí o que ficou de fora e podem divergir dessa minha lista, afinal ela além de personalíssima, está recheada do quesito marcante quando assisti e ouvi na época.

Pulp Fiction

Forrest Gump

The Commitments

Quase Famosos

Trainspotting

Laranja Mecânica

Uma Lição de Amor

Irmãos Cara de Pau

Drive

Um Drink no Inferno

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