O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nesta segunda-feira (27) que vai voltar a cobrar impostos federais sobre combustíveis de forma gradual, mas com alíquotas diferentes. 

De acordo com fontes do governo ouvidas pela colunista, os impostos serão maiores sobre combustíveis fósseis, como a gasolina, e mais leves sobre biocombustíveis, como o etanol.

Além disso, o governo estuda onerar os consumidores de outras formas, o que indica que a aplicação de impostos poderia ser cobrada de formas diferentes ao longo de toda a cadeia produtiva.

Dessa forma, a arrecadação tributária será preservada, como queria o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ao mesmo tempo, as pautas sociais e de meio ambiente também serão priorizadas.

Os impostos federais sobre combustíveis foram zerados ainda no ano passado. Em um cenário eleitoral e de aumento de preços, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou pela isenção completa.

Depois de Lula vencer as eleições, Haddad criticou a isenção de impostos sobre combustíveis, afirmando que os tributos voltariam no governo petista. Logo no início do ano, porém, Lula editou uma MP colocando um período de transição para a reoneração. Segundo o texto, a cobrança sobre gasolina e álcool voltaria em março, enquanto o diesel seguiria desonerado até o final do ano.

Nas vésperas do retorno da cobrança sobre a gasolina, porém, o governo entrou em um impasse. Enquanto Haddad e sua equipe econômica defendiam a volta dos impostos sobre os combustíveis, citando perda de arrecadação,  a ala política do governo queria que a desoneração continuasse , a fim de que os consumidores não fossem afetados, o que poderia prejudicar a imagem de Lula.
 

Na manhã desta segunda-feira, Lula se reuniu com Haddad , com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para arbitrar a decisão sobre o tema. Segundo Haddad, a reunião não chegou a qualquer acordo , e outra conversa aconteceria nesta tarde.