O Ministério Público Estadual (MP-AL) denunciou, nesta sexta-feira (24), três policias militares que participaram da abordagem que culminou na morte do empresário Marcelo Leite, que faleceu dias depois de ser baleado com tiro de fuzil , em novembro do ano passado, em Arapiraca, Agreste alagoano.
Os três militares, Jilfran Santos Batista, Ariel Oliveira dos Santos Neto e Xavier Silva Moraes, estavam em uma das viaturas que abordaram o empresário. Os policias eram, respectivamente, comandante da viatura, patrulheiro e motorista da viatura.
O Ministério Público pediu a prisão preventiva de Jilfran e de Ariel e medidas cautelares para Xavier. Conforme a denúncia, Jilfran teria efetuado o disparo que atingiu o empresário, usando uma carabina 5.56 (arma de cano longo). Juntos, os três militares forjaram a cena do crime e implantaram uma arma de fogo dentro do veículo de Marcelo Leite.
Ainda de acordo com a denúncia, Jilfran Batista foi denunciado por homicídio doloso, fraude processual e denunciação caluniosa; Ariel Oliveira denunciado por fraude processual e denunciação caluniosa; Já Xavier Moraes, denunciado por fraude processual.
O caso
O empresário Marcelo Barbosa Leite, atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), faleceu em um hospital de São Paulo, no dia 05 de dezembro.
Inicialmente, ele foi levado para o Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, e logo depois para a Santa Casa de Misericórdia, em Maceió. Depois de ter um choque séptico e outras complicações no dia 26 de novembro, Marcelo foi transferido para o Hospital Beneficência Portuguesa do Mirante, na capital paulista, onde estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Marcelo tinha 31 anos e foi atingido pelo projétil, que transfixou o porta-malas e os bancos do carro, acertando suas costas. Ele perdeu um rim, o baço e parte do intestino.
No Auto de Prisão encaminhado à 8ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, os policiais envolvidos na ocorrência relataram que o empresário teria reagido à abordagem, mas a família contestou a versão.
Conforme o Auto de Prisão, Marcelo trafegava em seu veículo, na rodovia, quando ultrapassou uma viatura da Polícia Militar saltando um quebra-molas. Os policiais militares então iniciaram perseguição ao veículo, que empreendeu fuga.
Ainda segundo relato dos militares, durante a perseguição, o acusado sacou uma arma de fogo, apontando em direção a eles, que reagiram disparando contra Marcelo, atingindo-o. No veículo foi apreendido um revólver calibre 38 com numeração raspada.
A família do empresário contestou a versão dos militares e afirmou que Marcelo não possuía arma de fogo. Após a reprodução simulada da abordagem, a Polícia Cientifica constatou que a arma foi implantada dentro do veículo do empresário.