Foi realizada, na tarde desta terça-feira (14), a reprodução simulada do assassinato do jovem Danilo Fernando da Silva, 17 anos, no Povoado Barreiras, zona rural de Arapiraca, Agreste alagoano. A ação foi realizada no mesmo local onde o crime aconteceu, em novembro de 2021, numa localidade conhecida como “Forró das Velhas”.

Peritos e policiais científicos acompanharam toda a reprodução simulada, que segundo a Polícia Civil irá ajudar a elucidar o caso e esclarecer o que realmente aconteceu no dia em que o jovem foi morto.

Danilo foi morto com um tiro nas costas durante uma abordagem policial realizada no dia 25 de novembro de 2021. Quatro policiais estão sendo investigados. Segundo os militares, o jovem guiava uma motocicleta, não teria obedecido a ordem de parada da guarnição, apontou uma arma e efetuou um disparo contra os policiais.

Para a Polícia Civil, a versão contada pelos policiais apresenta inconsistências. No dia 7 de dezembro, o Ministério Público do Estado (MPE) denunciou os quatro policiais que estavam na abordagem ao adolescente. A 6ª Promotoria de Justiça ofereceu denúncia por lesão corporal seguida de morte e fraude processual, sendo um pelo crime de lesão corporal seguido de morte e os outros três pelo crime de fraude processual. 

Um dos policiais envolvidos na abordagem a Danilo também estava presente na abordagem ao empresário arapiraquense Marcelo Leite, 31 anos, que também morreu após ser atingido por um tiro de fuzil nas costas.

Assim como a família de Marcelo Leite, a família de Danilo contesta a versão contada pelos policiais e cobravam uma reprodução simulada. Os familiares do jovem alegam que ele não obedeceu a ordem de parada porque não tinha habilitação para guiar a moto em que estava. Eles também afirmam que o jovem não tinha antecedentes criminais e não possuía arma de fogo.

Seis peritos criminais do Instituto de Criminalística de Alagoas participaram da reprodução. O órgão usou equipamentos de última geração e um drone para reconstruir a dinâmica do crime.