Atualizada às 9h
Será realizada, nesta terça-feira (31), a reprodução simulada da abordagem policial que resultou na morte de Danilo Fernando da Silva, de 17 anos. O caso aconteceu no dia 25 de novembro de 2021, no Povoado Barreiras, no município de Arapiraca.
Familiares de Danilo cobraram a reprodução simulada, que irá acontecer no mesmo local onde o jovem foi morto, após o procedimento ser feito no caso Marcelo Leite, no dia 16 de janeiro deste ano.
Em dezembro, a família fez um protesto junto com parentes do empresário, também morto em uma abordagem na mesma cidade, para cobrar justiça para os dois casos.
A previsão do início dos trabalhos é a partir das 14 horas, com concentração no posto Espírito Santo, às margens da rodovia AL-115, em Arapiraca. Segundo a Polícia Científica, seis peritos criminais do Instituto de Criminalística de Alagoas irão participar da reprodução, entre eles, o próprio perito-geral do órgão, Manoel Melo Filho. Também serão utilizados na reprodução vários equipamentos de última geração e até um drone para reconstruir a dinâmica do evento que culminou no óbito de Danilo Fernando.
A equipe do IC contará com apoio de equipes da Delegacia de Homicídios e da Regional de Arapiraca, como também de policiais militares do 3º Batalhão e integrantes da SMTT do município de Arapiraca.
O perito criminal José Adriano, que irá chefiar a missão, disse que a equipe irá refazer o trajeto até o local onde o adolescente foi atingido por disparos de arma de fogo. Ele explicou ainda que os peritos deverão percorrer cerca de 2,3 Km até a estrada vicinal no Povoado Barreiras, nas proximidades da chácara Forró das Velhas.
O caso
No dia 25 de novembro de 2021, Danilo teria fugido de uma abordagem do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) e foi baleado. Segundo a família, ele fugiu porque não possuía habilitação para conduzir a motocicleta.
Os militares, segundo a Polícia Civil, haviam alegado que o adolescente tinha disparado contra eles, mas, conforme a apuração, a versão tinha inconsistências.
O Ministério Público do Estado (MPE) denunciou, no dia 7 de dezembro, quatro policiais que estavam na abordagem ao adolescente. A 6ª Promotoria de Justiça ofereceu denúncia por lesão corporal seguida de morte e fraude processual, sendo um pelo crime de lesão corporal seguido de morte e os outros três pelo crime de fraude processual.
A investigação do caso Danilo está sob segredo de justiça.