É muito importante o trabalho que a imprensa vem fazendo na divulgação dos terroristas que assaltaram Brasília, na semana passada.
É bem verdade que ainda há muito a se apurar sobre os financiadores da tentativa de golpe, que se só se diferenciam dos executores do vandalismo escancarado e inexplicável pelas respectivas contas bancárias.
Mas todos carregam em si o ódio dos diferentes, a defesa da “liberdade” para acabar com a Liberdade, o ressentimento em relação aos que se alimentam – também – de cultura, o desprezo à “frescura” dos que acham que pobre precisa da ajuda do Estado brasileiro (e muitos deles receberam o Auxílio Emergencial, indevidamente).
Todos que forem comprovadamente culpados, sem exceção, precisam pagar pelo que foi feito, e a mais efetiva punição, no momento, há de atingir o bolso deles (além da questão penal, não menos importante).
Foram identificadas, já nos primeiros dias após os atentados, 52 pessoas e sete empresas financiadores dos atentados, muitas do agronegócio. Este é um jeito efetivo de separar eleitores de Bolsonaro dos bolsonaristas “filosóficos", um ajuntamento perigoso para o país.
O bloqueio de contas chegou a R$ 6,5 milhões, inicialmente. Este valor há de crescer de forma substancial nos próximos meses.
Que o Estado não gaste um só centavo com a recuperação do que foi destruído. Esta conta tem de ir para os criminosos.
Não é vingança, é a boa justiça - a que não cabe anistia.
Chaplin (em Luzes da Ribalta) disse que “a multidão é um monstro sem cabeça”. E é verdade.
Mas há de se entender que os golpistas já haviam perdido a cabeça – e o coração - muito antes de virarem multidão em Brasília.