O empresário arapiraquense, Marcelo Leite, morto após ser atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem policial estava indo a uma loja de conveniência, em um posto de gasolina, quando o caso aconteceu.

A informação foi dada pela esposa de Marcelo, Bruna Maria dos Santos, durante entrevista à TV Pajuçara, exibida nessa sexta-feira (30).

Bruna relatou que tinha uma rotina tranquila com o marido e que eles faziam muitas coisas juntos durante o dia.

“Ele fazia parte da minha rotina inteira. Da hora que acordava, depois a gente treinava, ia para academia, ele vinha para casa almoçar, almoçava juntos, assistia um episódio de alguma série que a gente gostava, depois ele ia trabalhar. Depois ele chegava em casa, eu organizava alguma coisa para a gente jantar, e depois ele ia passear com os cachorros. Minha relação com ele era extremamente tranquila (SIC), relatou Bruna.

“Pensar no meu futuro sem ele é muito difícil. Eu vou ter que começar a me acostumar com a ideia”, disse Bruna, emocionada.

Ainda segundo a enfermeira, Marcelo Leite saiu de casa na noite do dia 14 de novembro para comprar refrigerante, em uma loja de conveniência. “Ele saiu para ir à conveniência. Ele não estava cometendo crimes, não estava fazendo nada de errado. É difícil a forma como aconteceu", completou.

Na entrevista à TV, o pai de Marcelo, Thalles Shilmaney, disse que a forma como abordagem aconteceu e como terminou mostrou um total despreparo dos quatro policiais envolvidos e que a família quer Justiça pelo jovem, pois as declarações dadas pelos militares não procedem.

Thalles disse que conhecia o filho, que ele não iria furar uma barreira policial e que os policiais não deram nenhuma chance de defesa ao jovem, que foi atingido pelo disparo ainda dentro do carro, que tem os vidros muito escuros e que não estavam abaixados.

“Conheço meu filho. Ele não iria furar uma barreira policial. O que se passou em seguida foi um absurdo. Não deram a menor chance de defesa para o menino. Ele morreu dentro do carro dele. Inclusive o tiro ultrapassou o banco do veículo e o atingiu. O veículo dele é fechado, o vidro muito escuro. Como é possível que essas pessoas atiram sem saber que dentro do veículo poderia ter outras pessoas? Poderia ter crianças. Foi absurdo, um despreparo gritante a forma como tudo aconteceu", disse o pai de Marcelo.

Em relação a reconstituição da abordagem policial que matou o empresário, marcada para o dia 16 de janeiro, Thalles Shilmaney afirmou que será uma reconstituição baseada em mentiras, pois a versão dos policiais não é verídica e seu filho não está vivo para contar a verdade.

"Acredito que será uma reconstituição baseada em mentiras e, desde já, contestamos todas as afirmações desses policiais com relação ao que ocorreu", frisou o pai de Marcelo.

A defesa dos policiais envolvidos na abordagem divulgou a informação de que os quatro militares irão participar da reprodução simulada.