A crescente população de Arapiraca vem sendo penalizada com constante falta de água nas torneiras, no que pese os suplicantes consumidores serem obrigados a pagar por um serviço intermitentemente não prestado regularmente por quem de direito, no caso a empresa de plantão, responsável pelo abastecimento de água.

Quando eu era vereador em Arapiraca, lembro-me que lutei bastante para que fosse implantada uma adutora com capacidade suficiente para garantir o consumo doméstico de água, e que também contemplasse o consumo industrial e de irrigação, mesmo que apenas por gotejamento. Depois de muitos embates a adutora foi implantada, mas com um dimensionamento inadequado, não compatível com a progressiva demanda do consumo de água em Arapiraca, segunda mais populosa cidade  do interior de Alagoas, mas que lamentavelmente continua sendo avaliada e planejada por baixo,  de forma eclipsada e apequenada, não apenas pelos gestores do Executivo Estadual, mas também pelos próprios gestores do município de Arapiraca que se preocupam apenas com o “circo”, ou seja, com luz e festas para iludir aos menos alertados.

Esse modus operandi descompromissado com o desenvolvimento tem conferido sérios e irreparáveis prejuízos sociais e econômicos a Arapiraca, uma cidade que cresce celeremente, mas que o seu desenvolvimento é simplesmente paquidérmico, verificando-se um abismal descompasso entre o seu crescimento e o seu desenvolvimento engrenado na quase parando marcha ré.

Valho-me do ensejo para mais uma vez deixar um alerta ao laborioso e acolhedor povo arapiraquense – ABRA MAIS OS OLHOS e reveja seus posicionamentos, principalmente do ponto de vista político, vez que é aí onde está o nascedouro de todos os problemas que vem sendo acumulados ao longo do tempo, colocando, agora e futuramente, pesados ônus nos exauridos costados da sofrida e desassistida população.

Arapiraca precisa reunir suas cabeças pensantes e suas reservas reconhecidamente comprometidas com os inalienáveis interesses da terra, para traçar um rumo, uma rota que possa recolocá-la no seu devido patamar, caso contrário o precioso leite continuará sendo irresponsavelmente derramado, restando para o povo apenas um estado de anorexia coletiva. É tarde, mas ainda é hora começar a orar e vigiar.

 

ISMAEL PEREIRA – é ex-vereador, ex-deputado estadual por Arapiraca, artista plástico profissional, escritor e bacharel em Direito.