Mais uma vez a Assembleia Legislativa de Alagoas será o palco do teatro que escolhe a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, diante da vacância aberta. 

A cadeira, não raro, é “mimo” decidido pela correlação das forças políticas. No atual contexto, o dono da bola é o todo poderoso deputado estadual e presidente da Casa de Tavares Bastos, Marcelo Victor (MDB).

Marcelo Victor é um dos responsáveis por levar o ex-deputado estadual Paulo Dantas (MDB) à principal cadeira do Executivo, diante da aliança firmada com o senador Renan Calheiros (MDB) e o senador eleito e ex-governador Renan Filho (MDB). Agora, ele pode ampliar ainda mais seus tentáculos na política alagoana.

Se ele será o candidato à vaga do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE/AL), a resposta é “não”. O próprio Marcelo Victor confirmou isso em uma entrevista ao jornalista Thiago Gomes (Gazetaweb). Segundo o jornalista, o presidente da Assembleia Legislativa foi lacônico: “Não sou candidato a conselheiro do TC”.

A excelente reportagem de Gomes ainda mostra que um dos cotados é o deputado estadual Inácio Loiola (MDB), mas ao falar do assunto, ele destaca: “Quem não gostaria de ser conselheiro da Corte de Contas do meu Estado? Eu gostaria! Mas, neste momento, sou candidato a cumprir meu novo mandato de deputado”. 

Pois é, quem não gostaria da benesse...?

Por enquanto, o único escrito – diante do edital aberto – é o bacharel em Direito e técnico em contabilidade José Elias de Souza e Silva, mas passa longe de ser uma disputa entre os inscritos. Afinal, o nome de maior peso – no atual contexto – é o da médica Adélia Maria Correia Santos Konishi. Quem é ela? A irmã do deputado estadual Marcelo Victor e segunda suplente do senador eleito Renan Filho. 

É válido lembrar que a vaga foi aberta diante da aposentadoria voluntária do conselheiro Cícero Amélio da Silva, que era deputado estadual quando foi agraciado com a cadeira. 

A “disputa” pela vaga do Tribunal de Contas é mais um exemplo do poder que hoje Marcelo Victor concentra... desde que, de forma inteligente, estratégica e fisiológica, passou a ser uma das fortes influências do Executivo Estadual em um governo de múltiplas mãos e inúmeros aliados...

Ah, Marcelo Victor é também o “cara” que controla o parlamento estadual. Há uma discussão sobre ele poder disputar ou não a eleição para presidente da Casa de Tavares Bastos na próxima legislatura, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe esse movimento. Mas, se Marcelo Victor não puder ser presidente, há nomes para o papel: Bruno Toledo (MDB). 

A sensação é de que onde Marcelo Victor não se encontra, ele também se encontra presente. Quase um ser onisciente...