Os argumentos a favor de Rodrigo Cunha para ser “vice” de JHC são fortes, mas…

26/04/2024 11:30 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Leio na coluna do jornalista Ricardo Mota, aqui no CadaMinuto, que o senador Rodrigo Cunha (Podemos) se encontra empenhando em ser o “vice” do prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), na disputa pela Prefeitura de Maceió.


JHC parte para a reeleição tendo, ao seu lado, o favoritismo apresentado pelas mais recentes pesquisas eleitorais. Porém, ainda não tem ao seu lado o vice.


O motivo é óbvio? Diante do favoritismo que JHC possui nas pesquisas, a vaga de vice na chapa é o sonho de muita gente, uma vez que, caso reeleito, JHC pode deixar a Prefeitura de Maceió – em 2026 – para concorrer ao governo estadual.


O vice é alguém – seja ele quem for – que se tornaria prefeito sem necessariamente precisar disputar uma eleição.


JHC sabe disso!


E, evidentemente, se cultiva dentro de si o sonho de ser governador, precisa de um “vice” que seja de sua extrema confiança. Afinal, em caso de reeleição, João Henrique Caldas precisa estar confortável para tomar a decisão de deixar ou não a Prefeitura de Maceió para uma outra disputa, pois pesará o fato do vice estar ou não ao seu lado, uma vez que é com ele que estará a máquina pública.


Além disso, a história mostra que os prefeitos que já estiveram na posição que JHC almeja, e desistiram de disputar o governo estadual, acabaram soterrando suas carreiras políticas. É o caso de Cícero Almeida e Rui Palmeira, que agora tentam um recomeço disputando o cargo de vereador.


Diferente da eleição de agora, a disputa para 2026 – confirmando-se as pesquisas de até então – será bastante acirrada, inclusive com a possibilidade do ministro dos Transportes e senador eleito, Renan Filho (MDB), tentar retornar ao Palácio República dos Palmares. JHC tem que ter ao seu lado alguém que lá na frente estará com ele (caso seja novamente prefeito).


Neste cenário, surgem os argumentos favoráveis a Rodrigo Cunha: 1) caso ele seja vice de JHC e o prefeito seja reeleito, abre espaço para Eudócia Caldas assumir o Senado Federal pelo tempo restante do mandato, o que amplia o grupo político de JHC; 2) Cunha – em que pese ser quase sempre um político “morno” – já tem um histórico de aliança com o prefeito; 3) como vice, em caso de reeleição (repito!) seria um nome a menos na disputa pelo Senado Federal, o que – em tese – beneficia o deputado federal Arthur Lira (Progressistas), que pensa em disputar esta cadeira em 2026.


Portanto, Rodrigo Cunha pode acomodar diversos interesses.


Resta saber se ele (Cunha) é um nome palatável ao deputado federal Arthur Lira, que é também um dos principais aliados de JHC e tem interesse em indicar o “vice” nesta disputa.


A aliança entre Lira e Cunha – nas eleições estaduais passadas, quando o senador do Podemos foi derrotado por Paulo Dantas – foi circunstancial.


A postura outsider de Cunha – sincera ou não! - sempre incomodou alguns caciques alagoanos. Isto também pode pesar, evidentemente.


Mas, na fria lógica, Rodrigo Cunha apresenta pontos positivos neste momento. JHC deve levar isso em conta...

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