Salvo algum restrito período histórico, a Assembleia Legislativa de Alagoas vai cumprir sua sina: ser governo, independentemente de quem estiver no governo.
Poderia ter sido diferente quando Ronaldo Lessa se tornou governador, em 1999, mas Lessa resistiu por pouco tempo ao enfrentamento que parecia inevitável. Entregou ao deputado Celso Luiz um pedaço da máquina pública e chegou a dobrar o duodécimo da Casa de Tavares Bastos, como denunciou então o deputado oposicionista Paulão.
Já houve, é verdade, uma bancada de oposição na Assembleia extremamente qualidade, de inegável estofo político e intelectual. Era do MDB das antigas e durante quatro anos, de 1983 a 1986 transformou o plenário do Legislativo Estadual no palco dos melhores debates políticos daquela quadra.
Quem eram os deputados?
Eduardo Bomfim, Ronaldo Lessa, Selma Bandeira, Mendonça Neto e Moacir Andrade. Eles deram trabalho a atraíram a atenção e o respeito da população.
Depois disso, com as exceções de praxe, a eleição de parlamentares fisiológicos e nada ideológicos transformou, de novo, a Casa numa extensão do Palácio do Governo.
A chave do cofre, sempre muito generoso, se abriu com facilidade, mostrando seu caráter pacifista sempre que surge um conflito de qualquer natureza entre os poderes.
Ou seja: agora, mais do que nunca, a Assembleia vai exercer o que é a sua natureza.