Ao contrário do seu aliado local, o senador Calheiros, o deputado Paulão do PT, reeleito, se mostra cauteloso num possível embate com Arthur Lira, na disputa pela presidência da Câmara Federal.
Enquanto Calheiros tenta a todo custo inviabilizar a reeleição de Lira, o petista aponta para as necessidades do presidente Lula, nesse momento, e para os riscos de uma briga cujo futuro pode ser complicado para o petista que assume em 1º de janeiro.
Ao ser questionado sobre a posição que o PT deve assumir na futura eleição da Câmara, Paulão disse o seguinte a O Globo:
- Não está definido que vai ser ele (Lira). O importante é que os partidos que apoiam Lula, que são 10 partidos, têm que fazer um desenho para ter uma estratégia vitoriosa. Porque se você perde o presidente da Câmara, ele tem poder para instalar um processo de impeachment.
Claro, a referência é, mais uma vez, à atuação de Eduardo Cunha, eleito presidente da Câmara Federal contra vontade de Dilma Rousseff.
Envolvido emocionalmente na “guerra total” contra Lira, seu adversário-inimigo em Alagoas, Calheiros parte para cima, bem ao estilo, tentando unir os partidos da base aliada de Lula para enfrentar o atual presidente da Câmara.
Em verdade, ele e Lira nasceram no mesmo ninho (o de Lêdo Ivo, no ótimo romance deveria ser lido por todos os alagoanos).
Os dois se conhecem bem e sabem do que são capazes - devem ser respeitados e até temidos pelo mal que podem fazer como adversários/inimigos.