É possível achar vários motivos imediatos para a derrota de Rodrigo Cunha na eleição de governador.

Relacionemos: campanha sem comando definido, candidato com baixíssima performance nos debates, marketing eleitoral confuso e sem foco.

Mas acho que as questões mencionadas são resultado daquilo que o senador tem sido como ator político: omisso em discussões fundamentais, sem nunca definir-se em relação temas delicados e inevitáveis.

Ser honesto é uma obrigação, mas ser do ramo para nele sobreviver é uma necessidade.

Cunha, desde que assumiu a cadeira de senador, nunca demonstrou, na minha opinião, que tem a alma política.

E não trato aqui de canalhice, desonestidade, nada disso.

Creio que um político nato, de talento, que gosta do que faz, não se esconde na hora de botar a cara a tapa. Tem de ter opinião sobre o que é fundamental e defendê-la quando provocado - pelo eleitor e pela imprensa.

Ele destruiu em quatro anos a expectativa do pudesse vir a ser, e tem mais quatro anos (de mandato) para se reinventar.

Ser um “senador nota 10”, que realiza audiências públicas e define democraticamente a divisão das emendas parlamentares pode até ser importante, mas não é o que define a personalidade de um político.

Em resumo, um político precisa ter personalidade.

Caso contrário, que busque outra profissão.