Apesar do sobrenome marcante na história política de Alagoas – Suruagy do Amaral – o novo deputado federal eleito no estado de Alagoas não é exatamente um nome com alguma tradição nessa seara da busca pelo voto.
Lançado à disputa já em meio à campanha pelo deputado Marcelo Victor - dentro do Partido Verde - Luciano Amaral conseguiu surpreendentes 101.508 votos, sendo superado apenas por Arthur Lira e Alfredo Gaspar.
Alcunhado de “federal da Assembleia”, pela turma da Casa, foi lá que ele se tornou amigo-irmão da turma: está denunciado na mesma Ação Penal impetrada pelo MPE, em 2 de setembro de 2019 - assinada pelo ex-procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar.
Amaral, o novo federal, é acusado de desvio de dinheiro público, juntamente com o atual conselheiro do TC Fernando Toledo e com o seu padrinho político, deputado Marcelo Victor.
O suposto esquema funcionaria - entre setembro e outubro de 2012 - através de pagamentos irregulares a servidores da Assembleia.
O TJ ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia, que tem o desembargador José Carlos Malta como relator.
Veja abaixo trechos da denúncia do MPE:
...Para dar aparência de legalidade aos desvios que seriam perpetrados entre setembro e outubro de 2012, os denunciados providenciaram a emissão de folhas suplementares de pagamento, a título de “diferenças salariais” ou “pagamentos de parcelas atrasadas”, ou ainda “gratificação em atraso”, “subsídio em atraso”, entre outras nomenclaturas, sem qualquer guarida normativa, em nome de ocupantes de cargos comissionados lotados nos gabinetes dos então deputados, ora denunciados.
Foi a operação contábil de terceirizar a folha de pagamento para a CEF que deu início a todo o esquema aqui detalhado, direcionado aos pagamentos escusos realizado.
Aliás, LUCIANO AMARAL acumulava a Diretoria Administrativa, Diretoria Financeira, Diretoria de Pessoal e a Diretoria Geral da ALE, ou seja, era pessoa que gozava da mais absoluta confiança do então Presidente da Casa, incumbido assim de cumprir suas ordens e de seus demais Pares, notadamente aqueles integrantes da Mesa Diretora, algumas delas sabida e manifestamente ilegais, sem quaisquer pudores.
Nos processos irregulares de pagamento começavam com expediente administrativo do diretor LUCIANO SURUAGY DO AMARAL FILHO ao Presidente da ALE. As folhas suplementares eram assinadas e autorizadas pelo então Presidente da ALE FERNANDO RIBEIRO TOLEDO e pelo 2o Secretário, MARCELO VICTOR.
Seguidamente, LUCIANO SURUAGY DO AMARAL FILHO, na qualidade de diretor ordenava administrativamente os procedimentos no setor de pessoal da ALE, para que manejasse a transmissão dos dados à Caixa Econômica Federal, para fins de efetivação dos créditos salarias aos membros e servidores da ALE.
É possível que o julgamento do TJ aconteça ainda este ano, o que não deve alterar, no entanto, a atual situação dos acusados.