Esta é uma obra coletiva, histórica, que haveria de envergonhar os governantes e a elite econômica de Alagoas – só que não.

Eles haverão de dizer: “Isso é apenas estatística. O que vale é que construímos quilômetros de asfalto, hospitais, delegacias de polícia. O nosso avanço é concreto”.

De concreto, eu diria.

Essa chaga, a marca de povo mais faminto do Brasil – 36,7% da população do estado, enquanto a média nacional é de 15,5% -, não pode nem deve ser desconhecida e/ou desdenhada por qualquer alagoano que tenha a mínima consciência social.

Hoje deveria ser um dia simbólico e histórico, em que a nossa elite política e econômica haveria de pedir perdão aos famintos por essa tragédia, de que eles têm inteira responsabilidade.

Menos do isso seria tão somente manifestar, ainda que silenciosamente, um escancarado cinismo, de quem alimenta a sua fome de poder e grana com a fome dos miseráveis.