Divulgada na última terça-feira, a pesquisa Ibrape/CadaMinuto mostrou a influência que os apoios políticos têm no aumento das intenções de votos para os candidatos ao Governo do Estado. Com as convenções políticas chegando ao fim e a campanha eleitoral se aproximando, o quadro político começa a se alterar e os apoios se consolidam.

Avaliando a pesquisa, a cientista política Luciana Santana explicou que os apoios políticos têm muita importância, já que há uma “nacionalização” das campanhas estaduais. Ela reforça que os apoios importam, especialmente quando bem avaliados, já que têm grande credibilidade junto à população.

“Se a nível nacional a gente tem um acirramento entre duas candidaturas, Bolsonaro e Lula, por exemplo, o fato de um candidato definir se alinhar a um desses palanques acaba sendo uma vantagem, já que o eleitor tende a pensar de forma racional no sentido de se alinhar com quem tenha aparecido como preferido”, disse.

Em relação ao Legislativo Estadual, Luciana avalia que os apoios têm influência, especialmente das candidaturas majoritárias em relação às proporcionais.

“Por exemplo, a chapa majoritária depende de ter um puxador de voto. Então, um candidato ao governo tende a contribuir para ter mais deputados dentro da Assembleia Legislativa”, comentou.

 

Âmbito federal

No caso do Legislativo federal, como é o caso de deputados federais e senadores, Luciana aponta que há duas variações: “Você tem tanto a questão local, que influencia bastante, mas em alguma medida a gente tem um pouco desse alinhamento com as eleições presidenciais”.

Entretanto, ela ressalta que o pleito à presidência não é definidor: “O definidor ainda são as relações internas, como as chapas estão sendo constituídas, se você tem dentro da chapa um ‘puxador de votos’ para contribuir para levar mais de um candidato junto”.

A cientista política chama a atenção, também, para o fim das coligações. Ela explica que há estratégias internas para fazer com que seus quadros sejam eleitos e tenham êxito eleitoral.

“Pensando que, tanto partidos como federações estão pensando estrategicamente nisso, [vão] dar mais visibilidade para aqueles candidatos que têm mais chance de serem eleitos”, disse Luciana.

 

Campanha extraoficial

O prazo final para a realização das convenções partidárias é esta sexta-feira (05). A partir do dia 16 de agosto, a campanha política começa oficialmente, sendo permitidos a propaganda eleitoral e o pedido explícito de votos.

“Não significa que já não esteja [acontecendo], quando a gente olha hoje, a gente consegue perceber a movimentação, carros adesivados, movimentação dos candidatos em eventos, enfim, de uma forma mais discreta. Mas essa campanha já começou, de forma extraoficial, dentro de todo o regramento permitido pelo TSE”, exemplificou a cientista política.

A partir do dia 16, Luciana ressalta que será possível ver um cenário mais realista em relação ao conhecimento do eleitor sobre os candidatos e o desempenho eleitoral dos candidatos.