A Polícia Civil começou a ouvir, nesta quarta-feira (20), as vítimas de um possível golpe no qual uma mulher que se apresentava como servidora da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) prometia empregos em hospitais públicos da rede estadual, em troca de dinheiro para realização de exames admissionais e outros custos decorrentes da contratação que não ocorria. 

Responsável pela investigação, o delegado Sidney Tenório, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), disse que já foram ouvidas quatro das cerca de 40 pessoas que procuraram a Delegacia do 2º Distrito Policial no começo desta semana, para revelar o suposto esquema criminoso, apontando como principal envolvida, Anna Rafaella Berto.

Ao CadaMinuto, ele contou que já foi expedido ofício concedendo um prazo de cinco dias para que a Sesau explique a relação da acusada com a pasta. 

“A investigação está em andamento e, inicialmente, a Anna Rafaella é a pessoa que investigamos, mas queremos saber da Sesau qual a real relação dela com a pasta, porque nos chegaram informações que a investigada teria um vínculo lá. Não sabemos se ela teria poderes para fazer contratações ou oferecer emprego, como vinha fazendo”, explicou o delegado.

Sidney também não descartou o envolvimento de outras pessoas no suposto esquema, sempre frisando que, nesse momento da investigação, ainda é prematuro falar sobre isso. 

"A mulher apontada pelas vítimas trabalhava com outras pessoas. Essas pessoas estavam envolvidas? Eram vítimas também? Porque havia psicólogos, as clínicas que faziam os exames... Essas pessoas estão intimadas para semana que vem”, relatou o delegado, acrescentando que Anna Rafaella ainda não foi intimada.

“Ainda não tentamos localizá-la, porque primeiro estamos ouvindo as vítimas e analisando a necessidade de algum tipo de cautelar restritiva a ela. A expectativa é que na próxima semana a suspeita ou outros possíveis suspeitos comecem a ser intimados”, completou.

Outra pessoa que também deve ser ouvida pelo delegado é o ex-secretário de Saúde, Alexandre Ayres, pois, “ele mesmo falou que fez um Boletim de Ocorrência denunciando o uso indevido de seu nome nesse esquema”, finalizou Sidney.

O CadaMinuto questionou a Sesau, por meio de sua assessoria de Comunicação, sobre a fala do delegado. A Ascom informou que a pasta ainda não recebeu a demanda oficial da PC, mas será respondida de imediato. 

 A reportagem não conseguiu contato com Anna Rafaella.