É um pacote de mágoa, digna de Augusto Matraga, imortal personagem de Guimarães Rosa, que o prefeito de Arapiraca Luciano Barbosa carregou até agora.

E não apenas por conta de 2020, quando ele foi taxado publicamente como “traidor”, ao se lançar candidato a prefeito da sua cidade, alcançando a mais expressiva vitória nas últimas eleições municipais em Alagoas.

Enfrentando, inclusive, o arsenal dos Calheiros junto à Justiça Eleitoral local, cujas decisões Barbosa só conseguiu reverter em Brasília, graças a atuação de advogados competentes e persistentes.

Só isso já abasteceria um tonel de mágoa, mas o recipiente já estava cheio antes disso: foram mais de sete anos de humilhação e deboche no Palácio República dos Palmares, quando ganhou os apelidos mais desmoralizantes – o “Luciano dos Teclados” foi café pequeno, uma brincadeira. (Ele só “perdeu” em humilhação para Paulo Dantas, cujos excrementos, segundo Renan Filho, têm consistência líquida).

O atual prefeito de Arapiraca sabia que não era bem-visto pela “turma da van”, grupo que acompanhava o então governador Renan Filho, que fazia questão de deixar públicas suas divergências com o vice.

O que aconteceu agora, o anúncio de apoio a Cunha/Davino, era um enredo previsível para qualquer pessoa que não tivesse sangue gelado nas veias.