A pobreza é estrutural em Alagoas, vinda da época do Brasil Colônia, marcada pela escravidão e violência.
O problema é que não há uma mudança substancial na distribuição de renda – seria desonesto, no entanto, dizer que nada mudou – que transforme radicalmente o nosso perfil de povo muito pobre (com um investimento sério na Educação, por exemplo).
Mas há de se compreender como e porque se mantém esse cenário de desigualdade, o que foi mostrado aqui no CM, ontem, em matéria sobre estudo da FGV: continuamos a ser o terceiro estado mais pobre do Brasil, mesmo com os sucessivos recordes de arrecadação de tributos e crescimento chinês do PIB estadual – o que não se reflete na melhoria da qualidade de vida da média dos alagoanos.
Mais da metade da nossa população vive na pobreza – 50,36% do total.
É uma necessidade de alguns poucos, a elite política e econômica, se manter esse cenário - porque ele garante a replicação do atual modelo perverso e a permanência no poder dos que o comandam.
E eles haverão de comemorar o que Bertolt Brecht disse: “Primeiro o estômago, depois a moral”.
A nós, resta apontar com clareza: o problema é a pobreza, não os pobres - cuja preocupação cotidiana é saber se vai poder comer.
As migalhas que chegam só são suficientes para que estes filantropos de ocasião sejam os grandes beneficiários da miséria que eles fazem prosperar.