A escritora Maria Otília Cabral Souza - de Capela/SE, lançou recentemente o livro Lampião - a construção de um mito, obra volumosa que narra minuciosamente a entrada pacifica de Lampião em Capela, interior de Sergipe e a tentativa de nova entrada, desta feita frustrada. Na época, quando foi recebido a bala pela resistência dos corajosos capelenses. 

A obra está à venda ao preço de R$ 50,00 + R$ 13,00 = 63,00 para qualquer parte do Brasil. Pix (079)9 9909-6309.

 

A entrada do grupo de Lampião em Capela (SE)

A história do Cangaço no Nordeste sempre em evidência com fatos novos e outros detalhes a pacata cidade de Capela no interior de Sergipe também foi ¨visitada¨ pelo grupo Lampião, na época do cangaço, e não só uma vez, como duas.

A primeira audaciosa visita do rei do Cangaço à Capela, aconteceu no dia 24 de outubro de 1929. O chefe descaradamente mandou um recado para o prefeito da cidade, Antão Correia de Andrade, para que entrasse na cidade com ele. Virgulino passou no prédio do telégrafo e depois foi ao Cineteatro Capela, que no momento exibia um filme mudo e a orquestra tocando.

Depois que Lampião entrou, as luzes se acenderam e o povo começou a querer sair. “Daqui ninguém sai e quem correr vê o gosto da bala atrás”, teria dito Lampião. O juiz correu, conseguiu pular o muro e se escondeu num convento.

O filme que estava sendo exibido, era Anjos das Ruas, de Janet Gaynor. Lampião mandou que a luz fosse apagada e que o filme continuasse, e ainda teria dito ao jornalista Zózimo Lima que nenhuma notícia dele era para ser divulgada. Lampião não gostou do filme e saiu. Ele teria pedido ao prefeito 20 mil contos de réis, mas Antão só tinha cinco e ele aceitou.

Em seguida, Lampião e o bando foram a uma pensão e lá almoçaram. A turma foi para a Estação ferroviária à espera de soldados que poderiam vir da Bahia. Mas nada de soldados. Depois de receber o dinheiro, de fazer algumas compras e pagar e de ganhar um livro sobre a vida de Jesus, Lampião reuniu o bando e foi embora.

Em outubro de 1931, Lampião e o bando voltam à Capela. Fazem alguns reféns nas fazendas e manda o irmão do vigário informar que entraria de novo na cidade. O recado foi dado, mas desta vez um grande grupo de moradores (inclusive mulheres) se organizou, armou-se e ficou escondido nas torres da igreja. Lampião achou demorado o recado, entra na cidade e é recebido com chumbo.

Fazendo referência aos tiros que vinham das torres da igreja de Nossa Senhora da Purificação, Lampião teria dito: “Vamos embora que nesta cidade até os santos atiram”. Virgulino ficou nos arredores da cidade e teria praticado uma série de crimes. O Jornal da Tarde, de São Paulo, em 30 de julho de 1973, conta as histórias de Lampião em Capela (SE)