Seguindo a tendência do país, que registrou número recorde de abertura de pequenas empresas no ano passado, em Alagoas o número de pequenos negócios também cresceu, principalmente nos dois últimos anos. Em 2019, 26.837 empresas foram abertas no estado. Em 2020, o número passou para 29.297 e, em 2021, quase dobrou: 43.206.
Em 2022, até o final de março, foram registradas as aberturas de 9.836 empresas. A pedido da reportagem, os dados foram encaminhados pela Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal).
No Brasil, foram mais de 3,9 milhões de empreendimentos novos no ano passado, um aumento de 19,8% em relação a 2020, quando foram criados 3,3 milhões de micro e pequenas empresas, segundo levantamento feito pelo Sebrae.
Diante do exponencial aumento no número de pequenos empreendedores durante a pandemia e neste pós-pandemia, o CadaMinuto conversou com Marcos Alencar, gerente de Relacionamento Empresarial do Sebrae Alagoas, que resumiu as opções, hoje, para um profissional liberar empreender.
“Ele pode abrir uma empresa na categoria Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP) se deseja atuar no segmento de sua formação profissional. Por exemplo, um médico pode abrir uma clínica, mas não pode ser MEI. Um jornalista pode abrir uma assessoria de imprensa, mas não pode ser MEI. Profissões regulamentadas, como advogado, médico, engenheiro, enfermeiro, jornalista, etc., não podem ser MEI, mas podem abrir uma microempresa ou empresa de pequeno porte”, explicou.
Marcos Alencar também pontuou os principais prós e contras de cada opção. “Vai depender da estratégia que o empreendedor utilizar. Se a empresa tem faturamento anual previsto de até R$ 81.000,00 e terá no máximo 1 funcionário com carteira assinada, a melhor opção é abrir uma empresa na categoria Microempreendedor Individual. Mas, se o empreendedor vai abrir uma empresa para atuar no campo de atuação de sua formação é preciso abrir obrigatoriamente uma microempresa, com limite anual máximo de R$ 360 mil, ou empresa de pequeno porte, respeitando o limite anual máximo de até 4,8 milhões de reais”.
Para o alagoano interessado em empreender, o gerente conta que o Sebrae oferece, gratuitamente, orientação empresarial de até 60 minutos, seja presencial ou remotamente. Para agendar, é preciso ligar para 0800 570 0800 ou acessar o site www.hubsebrae.com.br. O Sebrae também oferece mais de 200 cursos gratuitos pela plataforma EAD: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/cursosonline, além de eventos realizados pela instituição que são publicados no link https://www.sympla.com.br/produtor/sebraealagoas.
“Além disso, o Sebrae subsidia 70% das consultorias de gestão e inovação. Essas consultorias são acima de 1h e podem durar até 260h a depender da solução para a necessidade do cliente”, concluiu Marcos.
Constante luta
Há dois anos formalizada como MEI, a fotógrafa Danielle de Melo Morais Fragoso, revelou que a iniciativa abriu muitas portas de divulgação do seu trabalho através do Sebrae, e isso possibilitou uma visibilidade maior para o seu negócio.
A fotógrafa observou, no entanto, que “com a pandemia o aumento do desemprego subiu consideravelmente em nosso país e isso fez com que as pessoas que antes tinham uma renda extra, tomassem a iniciativa de investir em seu próprio negócio, tornando-o sua renda principal”.
Danielle reforçou ainda que a pandemia da Covid-19 impactou diretamente o seu negócio. “Com o aumento do isolamento social, a fotografia se tornou indispensável para muitas famílias, vendo a importância de registrar o crescimento dos seus filhos e etc., porém por outro lado, para pessoas que sofreram impactos financeiros, a fotografia se tornou segundo plano”, observou a fotógrafa.
Hoje, com o aumento das demandas, Danielle destaca que empreender “é uma constante luta para nós brasileiros, porém os benefícios de ter seu próprio negócio formal certamente acarretará num sucesso profissional crescente, o que nos traz uma satisfação inestimável”. O contato com a fotógrafa pode ser feito por meio do Instagram @daniellemoraisfotografias.
Números detalhados
O levantamento da Juceal apontou que as seções de atividades com mais registro seguem sendo comércio; alojamento e alimentação; indústrias de transformação; transporte, armazenagem e correio; outras atividades de serviços; e construção.
Hoje, Alagoas tem 252.014 empresas com registro ativo, assim distribuídas: 164.773 (MEI); 58.673 (ME); e 12.495 (EPP). Destas, 119.262 possuem registro ativo em Maceió, sendo 78.693 (MEI); 24.938 (ME); e 7.169 (EPP).
Os maiores números estão em Maceió (119.298), Arapiraca (22.136), Rio Largo (7.295), Penedo (6.045), Marechal Deodoro (5.592), União dos Palmares (5.002), Palmeira dos Índios (4.672), São Miguel dos Campos (4.465), Coruripe (3.741) e Delmiro Gouveia (3.533).
A Junta Comercial também detalhou os segmentos dos empreendimentos iniciados entre 2019 e 2022.
2019
Microempreendedor individual (MEI): 20.597
Microempresa (ME): 4.626
Empresa de pequeno porte (EPP): 1.003
2020
MEI: 23.467
ME: 4.190
EPP: 997
2021
MEI: 35.093
ME: 5.751
EPP: 1.367
2022 (entre janeiro e março)
MEI: 7.812
ME: 1.450
EPP: 369
