Ao público interno, o senador tucano diz que não tem pressa de lançar sua candidatura. Na verdade, o entorno estaria “muito ansioso”, observa.

Mas a vida real chama para a lida - em qualquer lida.

Há questões concretas que precisam ser resolvidas agora e que exigem a participação do senador, presidente do PSDB em Alagoas. Ou seja: não é só a vida (política) dele que está em jogo, o que requer alguma empatia para com os envolvidos. 

Por exemplo: a formação da chapa proporcional – para deputado estadual e federal. 

O PSDB tem dois deputados federais, hoje, mas deve ficar sem nenhum já na disputa deste ano (nem deve ter chapa).

Já a situação da Assembleia é ainda mais complicada: tem uma chapa, a ser comandada por Davi Maia, com postulantes que só ficam na legenda se Cibele Moura sair. Na verdade, a parlamentar tucana é eleitora de Paulo Dantas, mas não sinaliza a saída.

Rodrigo Cunha é só silêncio, buscando o seu único interlocutor, o ex-governador Téo Vilela, para resolver o problema.

É lembrar que existe uma grande diferença entre autoritarismo e autoridade. Quem não sabe exercer esta pode cair na armadilha daquela

Já virou piada no meio político a clandestinidade da candidatura de Rodrigo Cunha ao governo. Onde está Wally? – eis o jogo jogado pelos desafetos (e afetos) do senador.

Neste cenário cheio de ausências, destaque para a atuação de JHC que, mesmo sem se pronunciar publicamente sobre o tema - conversa sempre com o tucano -, tem mantido acesa a chama da oposição na disputa ao governo.

Rui Palmeira, que aparece como um nome viável, não é exatamente oposição ao governo – já foi. Hoje pode pender para qualquer um dos lados. Brigar com Paulo Dantas, como franco atirador, parece fácil para todo mundo, mas o mesmo raciocínio não vale quando do outro lado está o prefeito de Maceió.

A convenção é final de julho, começo de agosto?

Pois bem. O prazo para JHC se desincompatibilizar termina em duas semanas, e o prefeito dá sinais de que acredita que a vida acontece agora. 

(O óbice hoje são o pai e a mãe do prefeito, que não querem que ele fique na prefeitura.)