Deste o reinício do ano legislativo, em fevereiro, o deputado Olavo Calheiros apareceu pouquíssimo na Assembleia Legislativa.

Parece não haver novidade neste comportamento, mas, fato concreto, no ano de despedida do primeiro-tio da atividade parlamentar os seus sinais de vida (política) estão cada vez mais imperceptíveis. 

Com ele cada vez mais distante do governador, com quem hoje é “um pote até aqui de mágoas”, o grupo político da família Calheiros perde muito em capacidade de agir e reagir.

E eu explico.

Olavo Calheiros sempre foi o estrategista da família Calheiros. O governador Renan Filho é uma “invenção” dele, que praticamente o lançou na vida pública – contra a vontade do senador Renan pai.

Se já afastado da sua cria, nos últimos meses o ainda deputado estadual é só ausência do convívio com o sobrinho poderoso e com os colegas do parlamento local.

Lembrando que na crise com Luciano Barbosa, em que o clã foi fragorosamente derrotado, Olavo defendeu o entendimento com o então vice-governador, mas não foi ouvido. Inicialmente, a postura do sobrinho e do irmão foi levar o embate para o território do “pega, mata e come”.

Deu no que deu.

Mais recentemente, ele ainda defendeu que Renan Filho permanecesse no mandato até o final do ano, não entregando o poder total de Alagoas ao deputado Marcelo Victor – através de Paulo Dantas.

Outra derrota.

O próximo Calheiros na Assembleia Legislativa é o simpático Remi Calheiros – que não tem, entretanto, a inteligência política do deputado que se despede.