Caberá ao hoje deputado Paulo Dantas nomear o novo desembargador do TJ, no quinto constitucional, e o futuro conselheiro do Tribunal de Contas, na vaga deixada por Cícero Amélio.
É verdade que Renan Filho só conseguiu, ao fim do seu governo, uma vaga para disputar o Senado pelo grupo de Marcelo Victor. Nada mais representativo do seu fracasso político, porém, do que ele não poder preencher - e nem ao menos se manifestar publicamente sobre o tema - a vaga de conselheiro do TC ao fim de mais de sete anos de mandato como governador. É uma senhora derrota (contrariando seus feitos como governante).
Lembrando que Cícero Amélio, agora candidato a deputado estadual, se aposentou em agosto de 2020, depois de um longo embate com os Calheiros.
Renan Filho, que já não conseguiu nomear o novo desembargador do TJ, está na iminência de sair do Palácio sem indicar o novo conselheiro do palácio de vidro da Fernandes Lima.
Nomes não lhe faltariam para o TC dentro do grupo político que o senador Renan Calheiros conseguiu formar em 40 anos de atividade profissional, mas que RF está deixando em frangalhos, depois de um longo e solitário reinado. Seu esqueleto político esfarrapou-se.
“Marcelo Victor é o político mais poderoso de Alagoas”, diz um integrante do grupo.
“Nunca vi isso antes em nenhum estado brasileiro: a mesma pessoa comandar o Legislativo e o Executivo” - acentua outro.
É verdade que caberá ao presidente da Assembleia definir quem vai para onde, TC ou TJ (Paulo Dantas vai assinar as nomeações), condição que ele conquistou com paciência e destreza, além da sua notável capacidade de falar a língua dos seus pares - que são seus iguais.
Ressalto, no entanto, que a força de Marcelo Victor vem da fraqueza política de Renan Filho, um “articulador” derrotado pela própria soberba.
(Só para lembrar: Ronaldo deixou Otávio Lessa no TC; Téo nomeou Fernando Toledo. No TJ, José Carlos Malta foi nomeado por Luiz Abílio, vice de Ronaldo Lessa; Tutmés Airan chegou ao Tribunal de Justiça pela caneta de Téo Vilela.)