De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC) 65% das famílias da capital alagoana iniciam o ano de 2022 com alguma dívida. A nível nacional, em janeiro, 76,1% dos brasileiros se encontravam em situação de endividamento, com inadimplência acima de 26%. Já em Maceió, a inadimplência se mantém estável desde julho de 2021, oscilando entre 18% e 19%.
Para o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio, a diminuição no endividamento do maceioense pode ser um reflexo do aumento sucessivo nas taxas de juros (SELIC), que, em fevereiro de 2021, estava em 2% a.a. e inicia 2022 ao patamar de dois dígitos (10,75% a.a.), o que, por consequência, acaba interferindo nos novos contratos de crédito.
Na comparação com os dados de janeiro de 2021, percebe-se que houve uma redução de 0,5% entre os endividados com contas em atraso. Enquanto que o número de famílias que não terão condições de quitar as suas dívidas registrou uma queda significativa de 46%.
Segundo o levantamento, 58,2% dos maceioenses com alguma dívida possuem de três a seis meses de compras parceladas a quitar ou financiamentos, comprometendo 30,4% da renda. “Esse é o limite recomendado para o comprometimento de parcelas ou dívidas”, observa Hortencio.
O principal fator gerador de dívidas dos consumidores da capital alagoana continua sendo o cartão de crédito, que é utilizado por 94,3% das famílias para adquirir bens e serviços. O carnê, que registrou, em doze meses, um crescimento de 70% em seu uso, aparece em segundo lugar, com 28,7%. “É um ponto curioso, pois se trata de uma modalidade antiga. Talvez o uso do carnê seja uma alternativa ao comprometimento do limite do cartão ou resultado da própria inadimplência”, ressalta o assessor econômico da Fecomércio AL.
Hortencio conclui que mesmo janeiro sendo um mês característico de aumento de consumo, dado a época de volta às aulas, em Maceió, o primeiro mês do ano registrou pontuações próximas das apresentadas nos últimos meses, com diminuição constante no número de endividados e melhora significativa no percentual de pessoas que podem pagar seus compromissos.