A formação de uma federação partidária é mais complicada do que parece.
Se firmada agora, ela não apenas amarra as legendas envolvidas na eleição deste ano, mas antecipa a disputa interna de 2024.
Eu explico.
A federação é nacional com efeito nos estados e nos municípios.
Neste último caso, teremos disputa para as prefeituras daqui a dois anos, e a aliança formal tem de ser a mesma deste ano.
“Isso vai valer para todo o país, com as federações formalizadas agora. Elas repetirão as disputas deste ano”, alerta o advogado e professor de Direito Eleitoral Gustavo Ferreira.
Quem quiser pular fora antes dos quatro anos previstos em lei terá de abrir mão do fundo partidário além de outras vantagens no Legislativo, principalmente (a lideranças nos parlamentos).
Aqui em Alagoas, por exemplo, se vingar a federação partidária envolvendo o PT e o PSB (além de PC do B e PV), JHC será o candidato a prefeito de Maceió do colegiado – desde que ele queira - em 2024.
A ideia da federação é boa, principalmente para as legendas históricas e ideológicas, que precisam superar a cláusula de barreira, uma “punição” para elas (que não são partidos de aluguel).
O Brasil é um país continental com realidades políticas regionais as mais diversas, que precisam ser consideradas na hora de uma decisão tão importante.
É enxergar também o futuro antes de decidir o que é melhor para o presente.
(Talvez a coligação majoritária resolva a questão com menos traumas).