O que mais tem irritado o deputado Arthur Lira, hoje, não é a tentativa do governador Renan Filho de emplacar o vice do tampão Paulo Victor (e o da sequência, também), mas sim as duras críticas que o senador Renan vem fazendo a ele, por onde passa. Ao estilo, Calheiros tem desancado seu adversário. 

A questão é mais simples do que parece: os dois – Calheiros e Lira - precisam de Alagoas para que sejam fortes em Brasília. Entretanto, é lá que eles se fazem e se projetam, governando mundos e fundos.

O senador Renan vive a expectativa de uma possível vitória, bastante factível, de Lula, seu notório aliado. Só que Arthur Lira, seguindo a filosofia do Centrão, será governo em qualquer governo. E também aposta que o presidente que for eleito vai precisar da sua turma – e é verdade. Bolsonaro pode ser apenas um ex-amor, no próximo ano. 

A briga local, para indicação do vice do tampão Paulo Dantas, tem até alguma importância – principalmente para o governador, que está saindo do cargo com as mãos abanando, mas o embate que vale mesmo para Lira vai além do território de Alagoas (nisso, ele e Calheiros são muito iguais).

O que se pode esperar a partir de agora?

A disputa em Alagoas este ano vai estabelecer dois grupos antagônicos e inimigos viscerais: os Calheiros e os Liras. Sem direito a alianças - pelo menos agora. A linguagem pública, porém, não pode ser a mesma da turma de ambos que anda no subsolo da política.

A pergunta óbvia: com quem fica Marcelo Victor?