O entorno do prefeito de Maceió sabe e usa como exemplo a história do atual vice-prefeito, Ronaldo Lessa (PDT), prefeito da capital surfando no auge de sua excelente popularidade em 1994.  

Tucanos ligados ao então presidenciável FHC procuravam um vice do Nordeste para compor a chapa. Chegaram ao nome de Lessa - já um destacado e influente líder nacional.

Contudo, pesquisas feitas em Maceió revelaram que bem mais da metade da população era contrária a sua desincompatibilização para compor uma chapa como vice-presidente.  

Aliás, entendiam tal atitude como oportunismo, diziam os levantamentos.

Lessa fez a leitura, ficou no cargo e ainda elegeu e reelegeu quem escolheu para sustituí-lo. Também foi eleito e reeleito governador de Alagoas.

Pesquisas silenciosas, atualíssimas, daquelas feitas por vários segmentos políticos para avaliar todos os cenários possíveis e imagináveis, também confirmam que é altíssima a rejeição ao afastamento de JHC para disputar o governo.

Fontes ligadas a prefeitura, além de parentes de JHC, afirmaram e repetiram para vários interlocutores que ele não vai deixar o cargo. Além do exemplo do passado de Ronaldo Lessa, a Prefeitura está prestes a receber alguns bilhões de reais da Braskem para pacificar o problema do desmoronamento dos bairros.

Se bem planejado e executado o uso dessa fortuna, JHC pode entrar para a história como o melhor gestor de todos os tempos da capital. E esse é um dividendo extraordinário para um político tão jovem.

Midiático, natural marqueteiro, entendedor nato e atento das ferramentas do seu tempo, JHC lê com facilidade e precisão a temperatura, o sentimento do eleitor, das ruas, e atua.  

Portanto, a ideia do presidente do PSB Carlos Siqueira - durante entrevista ao Correio Braziliense (leia aqui) sobre negociações para apoiar Lula - de que pode surgir uma candidatura da sigla em Alagoas, certamente não terá JHC como protagonista.