O ex-deputado Talvane Albuquerque, condenado pela morte da deputada federal Ceci Cunha e familiares dela, na conhecida “Chacina da Gruta, em 1998, conseguiu diminuir cinco anos de sua pena por trabalhar e estudar dentro do sistema prisional. Conforme relatório de situação processual executória, o médico e ex-parlamentar teve 2015 dias reduzidos da pena.

Talvane foi condenado inicialmente a 103 anos de prisão, no ano passado a pena foi reduzida para 92 anos, nove meses e 27 dias, pelo crime ao qual é apontado como mandante.

Na última segunda-feira (25), o ex-deputado conseguiu a progressão para o regime semiaberto, porém, como Alagoas não possui unidade prisional para este tipo de regime penal, Talvane ficará em casa e será monitorado por tornozeleira eletrônica.

Ainda segundo o documento, Talvane Albuquerque deve progredir para o regime aberto em 07 de fevereiro de 2034. Médico ginecologista, o ex-deputado tem registro ativo e exerceu a profissão dentro do sistema prisional, atendendo reeducandos.

Conforme o relatório, Talvane cumpriu 16 anos, um mês e 25 dias de prisão. Ele ainda tem 76 anos, oito meses e dois dias de pena. O ex-deputado voltará a Justiça para participar da audiência admonitória, na 16ª Vara Criminal da Capital, sob pena de voltar para o regime prisional fechado, caso não compareça.

A audiência admonitória serve para que o juiz advertir o réu para não cometer infrações e verificar o cumprimento das ações impostas, e ocorre quando a condenação não é mais passível a recurso.

O caso

A deputada Ceci Cunha, o marido dela, Juvenal Cunha da Silva, o cunhado Iran Carlos Maranhão Pureza, e a mãe dele Ítala Neyde Maranhão, foram mortos a tiros no dia 16 de novembro de 1998, na residência de Irã, localizada no bairro da Gruta, em Maceió. Por isso, o crime ficou conhecido como “Chacina da Gruta”.

Ceci havia sido eleita deputada federal e seria diplomada pelo Tribunal Eleitoral de Alagoas (TER/AL) no mesmo dia em que foi morta.

As investigações apontaram Talvane Albuquerque como mandante do crime. Ele foi condenado como autor intelectual. Dois seguranças de Talvane, Jadielson Barbosa da Silva e José Alexandre dos Santos foram condenados a 105 anos. Os outros envolvidos, 

Alécio César Alves Vasco foi condenado a cumprir 86 anos e cinco meses, e Mendonça da Silva foi condenado a 75 anos e sete meses de prisão.

O ex-deputado teria planejado a morte de Ceci para ocupar o lugar dela na Câmara dos Deputados. Ele chegou a tomar posse, em 1999, mas teve o mandato cassado em abril do mesmo ano, por quebra de decoro parlamentar.