Em Maceió, aumento no valor do aluguel é impulsionado pela procura de imóveis em 2021

24/10/2021 08:00 - Economia
Por Gilca Cinara e Maria Luiza Lúcio*
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Aluguel ou financiamento? Com certeza quem ainda não tem a casa própria ficou na dúvida no que apostar para fazer um investimento, principalmente para saber qual das duas alternativas caberia melhor no bolso naquele momento. Com o aumento do preço dos alugueis, algumas pessoas acabaram migrando para o financiamento pela compensação da parcela. 

Foi o caso da administradora Brenda Lima, que adquiriu recentemente um imóvel financiado pelo banco. Ela conta que saiu da casa dos pais logo após conseguir seu primeiro emprego e há quase nove anos morava de aluguel, mas que no último ano começou a perceber que os valores estavam subindo e fez a simulação da parcela do financiamento. 

“Foi ali que eu consegui visualizar no meu orçamento essa possibilidade e comecei a me organizar para isso. Conseguir um apartamento bom, em um localização que eu queria, mas o aluguel era alto para manter junto com o condomínio”, disse Brenda. 

Ao Cada Minuto, o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de Alagoas (Sindimoveis/AL), Vicente Lopes, afirma que houve um aumento significativo no valor do aluguel em Maceió devido a procura de imóveis em 2021, tanto pela demanda normal como através do Aluguel Solidário da Braskem.

Segundo o corretor, a procura por moradias para alugar ultrapassa o número de imóveis disponíveis, o que influencia no alta dos preços. 

Atualmente, os bairros com aluguéis mais caros são Ponta Verde, Pajuçara e Stella Maris, segundo levantamento realizado pelo Sindicato. A pesquisa também indica altos valores no Litoral Sul e Norte, principalmente na Rota dos Milagres.

O economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Anderson Henrique, explica que o aumento nos valores dos aluguéis tem um impacto significativo em várias faixas de renda.

“Além da conjuntura econômica desfavorável pelos efeitos da pandemia, o afundamento do solo - e a consequente desocupação imobiliária - tem diminuído a oferta de imóveis disponíveis nas áreas próximas ao desastre, e aumentando os preços em algumas localidades para onde a população tem migrado”, destaca.

Anderson aponta que, por esse motivo, pessoas de menor poder aquisitivo, cujo compromisso do aluguel consome uma parcela maior da renda, têm sentindo mais o efeito adverso.

O especialista acredita que, na atual conjuntura econômica, o momento é de cautela tanto para o locador como o locatário. “No caso de contratos firmados a prazos longínquos, cujos moradores se mostrem bons pagadores, vale uma reflexão se é factível aumentos expressivos, e uma eventual saída do locatário”.

Ele esclarece que é comum casos de proprietários que resolveram não conceder aumentos desde 2020, ou utilizam valores referenciais menores que os índices comumente utilizados em aluguéis.

“Considerando os aluguéis que utilizam o reajuste com base em índices, tem sido comum a troca do IGP-M, que vem acrescido significativamente, pelo IPCA, cujo aumento tem sido menor, quando comparado com o índice anterior”, afirma o economista.

O economista orienta que para os locatários, a recomendação é a mesma: tentar negociar com o proprietário, demonstrado a situação, e propondo algo suficiente para ambas as partes.

“Para aqueles casos cujos aluguéis que estão onerando muito o orçamento, também é válido buscar outro imóvel com valor mais atraente ou em outra região cuja tarifa por metro é menor, desde que satisfaça suas necessidades”, finaliza Anderson.

*Estagiária sob supervisão da editoria

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