A Petrobras anunciou nesta terça-feira (28) que vai elevar o preço do diesel vendido às distribuidoras. Segundo o economista Cícero Péricles, o aumento do diesel em 8,9% é uma péssima notícia para a economia como um todo, mas principalmente para as famílias de baixa renda. Ele também ressalta que é provável que tenhamos até dezembro novos aumentos dos combustíveis.

“Neste momento em que a inflação acumulada de janeiro a setembro chega a 7% e a dos últimos doze meses, de setembro do ano passado a setembro deste ano, alcança 10%, um aumento nos combustíveis gera a expectativa de uma elevação ainda mais rápida nos preços dos transportes, alimentos, remédios, ou seja, dos componentes básicos do consumo popular”, explicou.

O economista disse que a inflação de 10% significa a perda de um botijão de gás no poder de compra de um salário mínimo, que hoje é de R$1.100,00.

Segundo Cícero, a característica do aumento dos combustíveis, seja gasolina ou diesel, é que ele se espalha pelos demais produtos. 

“Este ano, a gasolina acumula uma elevação de preço de 31%, o diesel 30% e o gás de cozinha 46%. O diesel é responsável pelo custo dos caminhões e utilitários que transportam mercadorias, e pelos ônibus e vans que transportam os passageiros urbanos e interurbanos; a gasolina é o transporte individual – carros e motos – que, em Alagoas, somam 800 mil unidades”, comentou.

Desta forma, os combustíveis aumentam, os transportes, produtos básicos e os alimentos.  “As exportações de produtos da agropecuária retiram do abastecimento interno e dolarizam os preços da soja, milho, carne e todos os seus derivados. O câmbio elevado pela desvalorização do real alimenta essa cadeia. Neste cenário os preços sobem rapidamente”, afirmou.

Perguntado se ele acredita em um novo aumento até dezembro, Cícero disse que provavelmente teremos até dezembro novos aumentos.

“A notícia de hoje é o aumento do barril de petróleo, que subiu de 70 para 80 dólares em um mês, o maior preço dos três últimos anos”, explicou.

De acordo com ele, esse aumento no preço internacional tende, pela política adotada pela Petrobras em 2017, a ser internalizado e, por outro lado, o dólar se mantém acima de R$ 5,20 com tendência de pequenas altas.