Xingamentos e tentativa de silenciamento: políticos de AL criticam fala de ministro da CGU na CPI da Covid-19

22/09/2021 14:20 - Política
Por Alícia Flores*
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Atualizada às 17h05

A ex-senadora Heloísa Helena criticou, em suas redes sociais, a fala do ministro Wagner Rosário, que chamou a parlamentar Simone Tebet de “descontrolada” durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, na tarde de terça-feira (21).

“Sempre assim… descontrolada, histérica, mal comida, puta, louca, vadia… sempre assim!”, criticou a alagoana em seu perfil do Twitter.

Heloísa Helena prestou solidariedade à parlamentar e afirmou que não possui medo. “Quando dizem que sou louca atirando pedras, ‘serenamente’ escolho a melhor pedra e treino pra ter boa pontaria”.

Ao CadaMinuto, a deputada estadual Jó Pereira (MDB) definiu a fala de Rosário como uma “tentativa de silenciamento” à senadora Simone Tebet.

“[Ele] se sentiu encurralado pelos argumentos dessa senadora e a forma de escapar dessa situação foi diminuir a credibilidade do discurso de uma mulher”, disse.

Pereira afirmou, ainda, que o ministro repercutiu um discurso que associa a mulher a um estereótipo de loucura, de burrice e, muitas vezes, de imoralidade. Ela elogiou a atitude dos senadores presentes na sessão, que saíram em defesa de Tebet após a fala do ministro.

“Foi uma fala machista a uma senadora que já demonstrou várias vezes seu preparo, conhecimento, sua força, sensatez e coerência de suas argumentações”, finalizou a parlamentar.

A vereadora por Maceió Teca Nelma (PSDB) também repercutiu em suas redes sociais o caso e falou alguns dos adjetivos pelos quais é chamada na Câmara: “Descontrolada” e “moleca”.

Em outra publicação, ela comentou que ontem (21) foi chamada de mentirosa e imatura durante a sessão da Casa.

O senador e relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), classificou o depoimento do chefe da CGU como “um desastre”. 

“Sem resposta para explicar a própria omissão, atacou senadores. É o padrão indigente do governo, que mais parece usina de segredos, mentiras e gente desqualificada”, criticou.

Durante mais uma sessão turbulenta da CPI da Covid-19, ontem, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, chamou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de "descontrolada".  

Simone Tebet insinuou que Rosário era uma espécie de “engavetador-geral”. Rosário retrucou: “Com todo respeito a senhora, recomendo que releia tudo de novo, pois a senhora falou uma série de inverdades”.  

A senadora, então, reclamou que ele deveria ter respeito, afinal, “ela é uma senadora da República”. “Ele está se comportando como menino mimado”, afirmou Tebet.

“A senhora está completamente descontrolada”, retrucou Wagner, gerando críticas de todos os lados.  

“Ser machista aqui não”, rebateu o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador Otto Alencar (PSD-BA) chamou o ministro de “moleque”.

A fala causou polêmica entre os parlamentares e, em meio ao tumulto, com bate-boca e empurra-empurra, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a sessão e, ao retornar sem Rosário, transformou o ministro em investigado.

“Peço ao senador Renan Calheiros que o senhor Wagner do Rosário passe a ser investigado pela CPI”, disse Aziz. O pedido foi acatado pelo relator imediatamente e a sessão foi encerrada.

Na saída, a senadora Simone Tebet afirmou que o ministro pediu desculpas e reconheceu ter, segundo ela, se exaltado.

 

*Estagiária, sob supervisão da editoria

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