O final de semana em Alagoas foi marcado por mais acidentes de trânsito. De acordo com o balanço divulgado nesta segunda-feira (23), pelo Núcleo de Estatística da maior unidade hospitalar pública de Alagoas, de sexta-feira (21) até esse domingo (22), 66 pessoas foram atendidas no Hospital Geral do Estado (HGE), vítimas de acidentes de carro, moto, bicicleta e, também, atropelamentos.

Conforme o hospital, foram atendidos 15 vítimas na sexta-feira, sendo sete vítimas envolvendo colisões, quatro delas com moto, dois com bicicleta e dois atropelamentos. Já no sábado, o hospital registrou 29 vítimas de acidentes de trânsito. 

Segundo o balanço da unidade, 22 pessoas foram atendidas no domingo. Dez delas envolvidos em acidentes com moto, nove colisões, um capotamento, um atropelamento e um ciclista ferido.

Imprudência 

Entre os acidentes de trânsito, o mais recente foi o do pedreiro José Agnaldo Santana dos Santos, de 61 anos, que chegou ao HGE na manhã desta segunda-feira (23).

“Eu moro no bairro Bom Parto e ia marcar uma consulta médica em uma clínica na Gruta de Lourdes. Precisava atravessar a Avenida Fernandes Lima e não vi faixa de pedestres por perto. Então, quando achei que o trânsito estava parado, decidi atravessar. Não vi a moto. Quando dei por mim, já estava no chão. Foi um grande susto, não esperava isso, e sei que o correto seria caminhar mais um pouco”, recordou José Agnaldo, que é casado e pai de dois filhos.

Socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele foi levado ao HGE, onde recebeu os cuidados de emergência na Área Vermelha Trauma. Após a realização de radiografia, o médico ortopedista identificou uma fratura na perna direita e imobilizou o membro. Agora, o pedestre agradece pelo acidente não ter causado um dano ainda mais grave.

“Ainda bem que a pancada não causou a perda da minha vida. E, ainda bem que eu tenho um hospital como este, que está pronto para cuidar de mim. Eu não queria estar aqui, estava indo cuidar da minha saúde, mas, por algum motivo, agora estou. Só tenho a agradecer por tudo ter sido um susto e pela oportunidade que estou tendo de poder continuar com minha vida”, afirmou emocionado.

O crime

O professor de Direito, Rodrigo Ferro, explica que o dolo ocorre quando o agente tem a vontade de cometer o crime (dolo direto) ou quando assume o risco sem se importar com o resultado (dolo eventual). 

“Dolo, em sua essência é o ato movido pela vontade de praticar o ato criminoso, ou seja, o criminoso age com a vontade de matar, age com a vontade de roubar. No entanto, há outra possibilidade de dolo, é quando o agente não tem a vontade de praticar o ato, mas não se importa se o ato vai ocorrer, esse seria o dolo eventual", explica.

Já a culpa, o agente age faltando com seu dever de cuidado, sendo irresponsável. “A culpa pode ser consciente ou inconsciente. Na inconsciente, o agente é irresponsável, mas não consegue prever o resultado. Já na culpa consciente, o agente continua até prevê a possibilidade de um possível resultado, no entanto, acredita que ele não vai ocorrer”, continua o professor.

O que diz a lei?

O advogado criminalista Ronald Pinheiro explica que, desde que a Lei Seca passou a vigorar no país, houve mudanças significativas na Legislação para endurecer a punição para quem for flagrado dirigindo. 

“Em 2012 houveram mudanças significativas, dentre estas, a concentração de álcool no agente que está dirigindo passou a ser infração sem tolerância, todavia, em 2018 foi quando ocorreu a mudança mais significativa da Lei Seca, pois passou a acrescentar maior punição para motorista embriagado que causar acidente, com prisão de até 8 anos se houver o resultado morte e até 5 anos se houver ferido grave”, explica.

 

*Com Sesau