O ciclo da violência doméstica e familiar se torna mais difícil de ser quebrado por acontecer entre quatro paredes. O laço familiar muitas vezes impede que a denúncia seja realizada e prende a vítima e o próprio agressor em um ambiente marcado por ameaças, hostilidade e insegurança.
Com esse pensamento, a Patrulha Maria da Penha realizou na última sexta-feira (18) uma roda de conversa do projeto Juntos Por Elas, com ex-agressores enquadrados na Lei Maria da Penha (11.340/2006), como forma de auxiliar na conscientização dos mesmos, partindo de uma perspectiva humanizada.
De acordo com as informações, o encontro aconteceu no Juizado de Violência Doméstica Contra a Mulher, localizado na Praça Sinimbu, no Centro de Maceió. A ação conta com o apoio do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) e a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas (Semudh).
“A Patrulha já realiza um trabalho excepcional na proteção das vítimas de violência doméstica e a ampliação desse olhar humanizado também para o homem agressor é um grande passo nesse processo de conscientização, por meio do acompanhamento lado a lado”, ressaltou a secretária da Semudh, Maria Silva. “Agora nós cuidamos e protegemos as nossas mulheres, mas também acolhemos e auxiliamos os homens a compreender o seu erro, concedendo a oportunidade para um novo começo”, afirmou a Comandante da Patrulha, Major Márcia Danielli.
O encontro foi guiado pelo Cabo Rodrigo Araújo e pelo Soldado Geraldo Ferreira. A palestra consiste em um diálogo aberto entre os presentes, apresentando a forma como as leis de proteção às mulheres funcionam, de forma dinâmica, além do espaço para resolução de dúvidas e questionamentos.
“O intuito principal desse projeto é modificar culturalmente o pensamento masculino em referência à mulher e em referência à Lei Maria da Penha, que é tida como uma lei que separa casais, e na verdade estamos aqui para punir agressores e desmistificar algumas particularidades específicas do público masculino", destacou Geraldo.
A Patrulha
Com funcionamento 24h, a PMP tem atuação em Maceió e Arapiraca, com planos de uma interiorização ainda maior. Desde sua criação, nenhuma das mulheres assistidas foi vítima de feminicídio ou sofreu alguma reincidência de seus agressores, comprovando a eficácia do seu trabalho. Outro ponto de destaque, é a parceria da Patrulha com o CEAM, espaço vinculado à Semudh que disponibiliza atendimento social, jurídico e psicológico para as mulheres vítimas de violência.
As medidas protetivas que direcionam a mulher para ser assistida pela Patrulha Maria da Penha podem ser solicitadas em qualquer delegacia, onde a mulher relata a violência sob a qual foi submetida e realiza a solicitação, no próprio Ministério Público ou Defensoria Pública, se ela já portar o boletim de ocorrência, e depois a própria polícia deve enviar o pedido de proteção imediatamente para o juiz específico que tem um prazo de 48 horas para atender a notificação.
Para quem busca atendimento ou mais informações, a Patrulha tem sua sede no Centro Especializado de Atendimento à Mulher - CEAM, que está localizado na Rua Dr. Augusto Cardoso, no bairro Jatiúca, em Maceió, com atendimento ao público das 8h às 17h, e pelo telefone (82) 3315-1740.
*Com Semudh/AL










