O senador e relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), se posicionou nesta quinta-feira (03), após a decisão do Exército de não punir o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por participar de um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que ocorreu no final de maio.
Em suas redes sociais, Renan afirmou que prefere acreditar que a decisão do comando do Exército é um movimento de retirada e recuo. “Há diferença grande entre os movimentos sagazes da guerra: a retirada e a capitulação, que é a rendição ao inimigo. Quero crer que a decisão do comando do Exército é movimento de retirada, de recuo, não de capitulação”, declarou.
E continuou, “tenho certeza de que os comandantes não vão se render na guerra pela democracia. É um movimento tático para poupar forças para a batalha final contra os golpistas e inimigos da Constituição”.
De acordo com a nota divulgada pelo Exército, o processo disciplinar de Pazuello foi arquivado por decisão do comandante da Força, general Paulo Sérgio Nogueira, que aceitou os argumentos do ex-ministro da Saúde e afirmou não ver "transgressão disciplinar" no caso.
Pazuello respondeu pelo processo após participar, no dia 23 de maio, de um passeio de moto com apoiadores do governo federal no Rio de Janeiro. Durante o ato, ao lado do presidente, subiu em um carro de som e fez um discurso.
Segundo o Regulamento Disciplinar do Exército e o Estatuto das Forças Armadas, é proibida a participação de militares da ativa em manifestações políticas. Pazuello argumentou, em sua defesa, que o ato não era político-partidário, pois o país não está em período eleitoral e Bolsonaro não se encontra filiado a nenhum partido político.