Deputado com mais mandatos na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), Antônio Albuquerque, em entrevista exclusiva ao CadaMinuto, afirmou que pretende se candidatar ao governo do estado e trabalhar para que a sua vaga na ALE seja ocupada por seu filho, Arthur Albuquerque. “Sai um A.A. e entra outro A.A.”, brincou o parlamentar.
Eleições
Sobre o pleito de 2022, o deputado defendeu que está na hora de Alagoas experimentar um estilo de governo com um viés mais conservador, onde a família, o respeito aos princípios religiosos e a valorização do trabalho e do empresário, do gerador de empregos, governe o estado e “eu me acho com os requisitos necessários para disputar uma eleição majoritária”. “Tenho sido procurado por muitas pessoas em nosso estado me perguntando se serei candidato a governador”, acrescentou.
O deputado lembrou que há pouco tempo esteve um uma feira pública, num município alagoano, e muitas pessoas lhe perguntaram se seria candidato ao governo. Diante das indagações, disse que tem elegibilidade, experiência e maturidade política. “Entrego sempre tudo nas mãos do Espírito Santo e vou aguardar um pouco a vontade do povo, mas não posso negar meu desejo de governar nosso estado”.
Direita e esquerda
Questionado sobre a gestão do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar afirmou que discorda da forma como o presidente defende algumas coisas, mas reputa a ele uma grande gestão. “Admiro as convicções que ele tem e a clareza e transparência que ele se posiciona e às vezes até choca, e o que é pior, é utilizado de forma covarde por segmentos de uma esquerda que faliu, sobretudo no quesito de enganar a população pousando de vestal, ilibada e de honesta”.
O presidente Bolsonaro, como é natural a todos os humanos, tem vários equívocos, disse Albuquerque, “mas ele me convence quando, de forma coincidente, abraça muitos dos princípios que eu defendo, principalmente quando prioriza a família, a vida, quando se posiciona de forma clara com relação a alguns temas que são polêmicos para a população e para a sociedade”.
“Na questão ideologia de gênero penso igual a ele, e não é de hoje”, ressaltou o deputado estadual. “Defendo isso ao longo de minha carreira pública. Respeito as diferenças. É democrático viver de forma respeitosa com isso. Tenho dito que a diferença entre os considerados conservadores, que somos da direita para os que defendem muitas vezes de forma extrema a ideologia de esquerda, pode ser exemplificando pelo homossexual. Quando a pessoa com essa opção é de direita assume sua condição e preferência sexual de maneira tranquila, bastante discreta até. Já quando o ser humano é “esquerdopata” quer impor a todo mundo a preferencia que é dele, e o faz de forma arrogante e desrespeitosa”.
Outro exemplo é o cidadão que é vegetariano e é da direita ele simplesmente não come carne, já o da esquerda invade a fazenda, é contra o boi, contra o carneiro, contra o frango, galinha, suíno e essa uma das diferenças e me faz consolidar que estou certo defendendo a direita quando defendo os princípios inalienáveis dos ensinamentos cristãos.
Bolsonaro – Collor – Arthur Lira
Sobre a aproximação do senador Fernando Collor e do presidente da Câmara, Arthur Lira, com o presidente Jair Bolsonaro, Antônio Albuquerque lembrou que a política impõe aos homens a convivência harmoniosa de contrários. “É preciso apenas que a humanidade tenha a capacidade seletiva de entender que, ou os contrários convivem de forma harmoniosa, ou nós viveremos momentos terríveis e antidemocráticos”.
O parlamento conduzido pelo alagoano Arthur é indispensável à democracia, falou o deputado. Os sentimentos políticos que animam esse ou aquele cidadão não devem interferir na postura do outro, “então entendo que o presidente Bolsonaro tem o equilíbrio e a independência moral e política necessárias e suficientes para conduzir essa relação que é harmônica, até por princípio constitucional de uma forma tranquila, sem afetar a sua gestão”.

CPI da Covid
Questionado sobre a CPI da Covid, Antônio Albuquerque foi direto e afirmou que é um instrumento político utilizado de forma absolutamente desnecessária e inoportuna. Quanto ao relator da CPI, o senador Renan Calheiros, o deputado disse que não gostaria de fazer colocações em relação a nenhum dos membros, mas sim como instrumentos do legislativo, ao seu ver é inoportuna. “Querer colocar a culpa desse vírus em qualquer homem público do Brasil é uma atitude no mínimo desumana, eu até diria que é um ato covarde”, disparou Albuquerque.
O presidente Bolsonaro destinou para Alagoas e para o Brasil uma fortuna. Fez a distribuição de recursos para os mais diversos fins e, o que é ainda pior, o presidente foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de gerir as ações para o enfrentamento à Covid-19. Reservou-se a ele apenas a distribuição de recursos, o que fez de forma sobeja e mandou bilhões, trilhões de reais, salientou o parlamentar alagoano.
Sobre a compra de vacinas, Antônio Albuquerque disse que há uma guerra financeira da indústria farmacêutica e, com certeza os verdadeiros culpados são aqueles que impediram o presidente de agir, e muito mais criminosos são aqueles que receberam verdadeiras fortunas e as usaram de forma politiqueira. “Isso só vai cessar quando terminarem as eleições de 2022. Vamos ter que sangrar até lá”, advertiu.
PTB 2022
Em relação ao pleito de 2022, Antônio Albuquerque defendeu que o PTB teve um desempenho muito bom nas últimas eleições municipais, chegou a uma condição de ser a terceira maior bancada de prefeitos do estado. Portanto, tem conversado com muitos prefeitos para continuar nessa relação de crescimento do partido para ter uma chapa completa para as eleições no próximo ano e oferecer à população alagoana a oportunidade de ter candidatos a deputado estadual, federal, além de governador e senador da república.
Quanto ao convite feito ao presidente Jair Bolsonaro, que está sem partido, para se filiar ao PTB, Albuquerque mencionou que o presidente nacional do partido, o deputado Roberto Jefferson, já teve alguns encontros com Jair Bolsonaro e já foi feito o convite para que se filie ao partido. “Acho que o PTB reúne as qualidades e tem um estatuto que vai ao encontro do que defende o presidente”, reforçou Albuquerque.
JHC
Quando questionado a respeito da gestão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o deputado falou que ainda está aguardando que o prefeito da capital empreenda um estilo de gestão para que se possa fazer uma avaliação.
Porém, sabemos que ainda é cedo e estamos vivendo um momento atípico e é natural que JHC terá algum plano de governo para avaliar. Ainda não empreendeu um ritmo para fazer uma avaliação que gostaria de fazer de forma positiva, comentou.
Bolsonaro em Alagoas
A respeito da visita do presidente a Alagoas no último dia 13, Antônio Albuquerque citou que na oportunidade estava em Brasília e, infelizmente, não pôde chegar a tempo. Mas afirmou que teria recepcionado e participado das solenidades com muita satisfação. “Tenho muito em comum com o presidente Jair Bolsonaro”, reconheceu.
“Se o governador Renan Filho ou o senador Renan Calheiros iriam achar ruim a minha ida na solenidade do presidente, não faz a menor diferença. Respeito eles, mas não posso transformar os problemas de ordem pessoal deles como se fossem problemas de ordem pessoal meus. Tenho marchado e marchei ao lado deles desde 1990. Sempre dividimos o mesmo palanque, apesar de, em algumas oportunidades, a recíproca não ser verdadeira”, concluiu Antônio Albuquerque.










