Motorista que ficou preso 2 anos na Rússia após levar remédio para sogro de jogador chega ao Rio

05/05/2021 20:58 - Brasil/Mundo
Por G1
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Desembarcou nesta quarta-feira (5) no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, Robson Nascimento de Oliveira, ex-motorista do volante Fernando, ex-Spartak Moscou – atualmente no Beijing Guoan, da China.

"Não teve nada fácil. A última vez que me pesei lá eu tinha perdido 20 quilos", disse o motorista no Aeroporto Tom Jobim. "O fato de eu não falar a língua piorou mais ainda", acrescentou.

Robson foi preso na Rússia, em março de 2019, acusado de transportar duas caixas de Mytedom 10mg (cloridrato de metadona). O remédio é liberado no Brasil, mas considerado entorpecente na Rússia. A defesa de Robson justificou que a encomenda era para o sogro do volante Fernando, que estava na Rússia e sofre de dores crônicas

O drama de Robson revelado pelo Esporte Espetacular em setembro de 2019.

Robson foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente tinha anunciado neste domingo (2), que o governo da Rússia autorizou o retorno do motorista.

"Sempre demos valor à liberdade. Tive contato com o [presidente russo Vladimir] Putin, que queria falar com o embaixador. E ele só podia assinar o indulto do Robson depois da condenação. A pena dele era de 20 anos de cadeia. Tivemos um trabalho silente de Relações Internacionais. O presidente Putin cumpriu a lei. Após a condenação, vamos buscar o indulto dele. Varias autoridades entraram no circuito. A nossa embaixada providenciou a retirada dele no presídio, até a nossa embaixada. Ele tava muito feliz. Ele foi fuzileiro por 3 anos, sabe da rigidez da caserna, mas nunca podia esperar tudo isso", disse Bolsonaro após o desembarque.

Família emocionada

"É igual o nascimento da criança. Aquela emoção gostosa. Esperamos que ele esteja bem, com saúde", disse no aeroporto a mãe de Robson, Vanda do Nascimento Oliveira, de 74 anos. Ela contou ter recebido a notícia do próprio filho de que ele estava solto, de madrugada. Um dos pedidos de Robson foi um churrasco, que será atendido pela família.

Assim como Vanda, o filho do jogador, Robson Santos, esteve no Aeroporto Tom Jobim, o Galeão, na Zona Norte do Rio, para receber o motorista. Ele afirmou que considera injustos os 2 anos que Robson permaneceu preso e que, apesar do alívio da liberdade, o tempo perdido não vai ser recuperado.

Caso Robson

Robson Oliveira e a esposa, Simone, trabalhavam para a família do jogador Fernando quando ele atuava no time Spartak, de Moscou. Atualmente, o jogador está no Beijing Guoan, da China.

Em uma das viagens para a Rússia, o motorista levou para a família de Fernando duas caixas de cloridrato de metadona – um medicamento legalizado no Brasil, mas proibido em território russo.

Na época, Robson Oliveira disse que não sabia o que havia na mala, e que a família havia indicado a existência apenas de roupas e mantimentos na bagagem.

O brasileiro acabou detido no aeroporto em Moscou, e foi preso trinta dias depois, acusado de ser dono do medicamento. Nem Fernando, nem a esposa do jogador, Rafaela Rivoredo, nem o pai de Rafaela, William Pereira de Faria, confirmaram para as autoridades russas que o medicamento era de William.

O sogro de Fernando, William Faria – a quem seria destinado o medicamento – não prestou qualquer esclarecimento para a polícia russa.

No dia 6 de junho de 2019, três meses após a prisão de Robson, Fernando disse em depoimento não saber de que modo os remédios foram recebidos por Robson no Brasil, nem a forma de entrega (na mala ou em caixas de remédios não empacotadas) e acrescentou que não mantinha contato com o sogro.

Fernando e a esposa se mudaram para a China ainda em 2019, após o jogador ter acertado uma transferência do Spartak para o Beijing Guoan. Os pais de Rafaela deixaram a Rússia uma semana após a prisão de Robson.


 

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