"De algum modo, agentes públicos e políticos tentaram acobertar o crime", diz advogado de juiz alvo de atentado

08/04/2021 13:24 - Maceió
Por Raíssa França
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Parece que a história envolvendo um atentado contra o hoje juiz aposentado Marcelo Tadeu, no dia 3 de julho de 2009, ganhou uma nova página. Segundo informações publicadas no site Repórter Maceió, no blog do jornalista Odilon Rios, nesta quinta-feira (8), o delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, teria contratado um pistoleiro para matar o juiz. 

Ao Cada Minuto, o advogado de defesa de Marcelo, Thiago Pinheiro disse que ainda não teve acesso ao processo e nem a investigação que corre em paralelo a PF. Segundo ele, de algum modo, os agentes políticos e públicos tentaram acobertar o crime.

De acordo com a apuração feita pela reportagem o nome do Paulo Cerqueira foi uma surpresa até mesmo para amigos e familiares do advogado morto e do juiz aposentado. As investigações tiveram início pela Polícia Civil, mas foram passadas para a Polícia Federal.

Conforme o advogado, o que se tem é a confirmação de que foi um crime de mando dirigido a figura de um juiz e que o Estado deliberadamente não teve interesse em apurar na época dos fatos. 

“O ingresso da PF foi recebido com muito otimismo por nós. Quanto ao executor, agora pronunciado, deve ir a júri e lá, estaremos defendendo os interesses processuais da vítima visada”, disse.

Conforme o advogado, conclui-se que nesse momento, os agentes públicos e políticos, de algum modo participaram diretamente e/ou forneceram cobertura para o cometimento desse bárbaro crime. 

O Cada Minuto entrou em contato com a PF e a PC que ainda não se posicionaram sobre o assunto.

Relembre o caso

Às 19 horas, o dia 3 de julho de 2009, o juiz Marcelo Tadeu estava com a família no estacionamento de uma farmácia, na avenida João Davino, de onde seguiria para casa, no bairro de Guaxuma. 

Próximo a ele estava o funcionário da empresa Qualitec- que prestava serviço para o Grupo Empresarial OAS- o advogado Nudson Harley Mares de Freitas. Um motociclista parou próximo a Nudson e efetuou vários disparos contra a vítima que, conforme os autos, teria sido assassinado por engano, no lugar de Marcelo Tadeu.

Júri popular

Nessa terça-feira (06), Antônio Wendell de Melo Guarniere foi pronunciado a júri popular.  Ele é acusado de ser o autor material do atentado que teria como alvo o juiz Marcelo Tadeu, mas que terminou com a morte do advogado mineiro Nudson Harley Mares de Freitas. De acordo com a decisão, o réu vai responder por homicídio qualificado.

 

Leia Mais: Empresário preso pela PF é citado em plano para matar juiz alagoano

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